Blog “Ciências Exatas Contemporâneas”, de
autoria de Álaze Gabriel.
Disponível em http://cienciasexatascontemporaneas.blogspot.com.br/
Autoria:
1
- Eduardo Coutinho de Paula. Mestre em Ciências do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos, Professor de Ensino Superior.
2
- Ricardo Shitsuka. Doutor em Ensino de Ciências e Matemática, Professor de
Ensino Superior.
RESUMO
Engenharia é a aplicação de princípios
de ciências como Física, Química e Matemática, associados a aspectos de
recursos econômicos, na solução de problemas técnicos para atender necessidades
de bens e serviços da sociedade. Qual a percepção dos estudantes de diferentes
modalidades de engenharia em relação às noções sobre as origens históricas da
sua futura profissão? O objetivo da presente pesquisa foi avaliar se há
diferenças nas noções básicas do tema entre alunos de três diferentes modalidades de engenharia.
Realizou-se uma pesquisa exploratória,
qualitativa, na qual se comparou dados fornecidos por alunos voluntários
respondentes de cursos de engenharia ambiental, elétrica e de materiais. Os
resultados apontaram para uma situação na qual a grande maioria dos alunos
desconhece completamente o tema ou tem grande carência no conhecimento do
mesmo; em princípio não se notou diferença desse conhecimento entre estudantes
das diferentes modalidades de engenharia. Na categorização se os alunos eram
procedentes de escolas técnicas ou não, também não foram observadas diferenças.
Nesse contexto, considera-se relevante
que os alunos de engenharia, de qualquer das modalidades, tenham conhecimento
sobre as origens da sua profissão, sinalizando a importância da existência de
uma disciplina de caráter introdutório, que possa dar uma identidade inicial a
estes estudantes.
INTRODUÇÃO
Engenharia é a aplicação de princípios
de ciências como Física, Química e Matemática, associados a aspectos de
recursos econômicos, na solução de problemas técnicos para atender necessidades
de bens e serviços da sociedade.
O Brasil tem hoje cerca de 600 mil
engenheiros registrados no Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia (CONFEA) e no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA).
Isto equivale a seis profissionais para cada 1000 trabalhadores. Nos Estados
Unidos e no Japão, essa proporção é de 25 para cada grupo de 1000 pessoas economicamente
ativas (TELLES, 2009).
O país encontra-se em crescimento
econômico e necessita de uma quantidade de engenheiros bastante grande. São
formados anualmente cerca de 20 a 26 mil engenheiros no Brasil, nas diversas
modalidades de engenharia. Esse número é inferior ao necessário para assumir as
atuais demandas. Dados do sistema da federação das indústrias mostram que do
total de cursos oferecidos no país por instituições públicas e privadas, 76%
são para áreas de humanas e sociais, e 8,8% são para engenharias (TELLES,
2009).
Há um consenso de que a área de
engenharia é estratégica para o desenvolvimento do país. Contudo, cerca de 60%
dos estudantes que optam pela engenharia deixam o curso antes do final do
segundo ano. Além da baixa qualificação dos estudantes no ensino médio, os
cursos de engenharia nos dois primeiros anos são bastante teóricos. O estudante
não vai para o laboratório e não entra em contato com os problemas da
engenharia (FRIGHETTO, 2007). Segundo essa fonte, os cursos de engenharia mais
modernos do mundo trabalham com atributos como liderança e trabalho em equipe,
ensinando os alunos a se comunicarem e a se tornarem mais empreendedores.
Nesse contexto, de necessidade de
estímulo aos estudantes de engenharia, considera-se relevante que os alunos, de
qualquer dos cursos de engenharia, tenham conhecimento sobre as origens da sua
profissão. Como professores, em contato com alunos de diferentes modalidades de
engenharia, houve a inquietação de avaliar a familiaridade dos mesmos sobre o tema.
Qual a percepção dos estudantes de diferentes modalidades de engenharia em
relação às noções sobre as origens históricas da sua futura profissão?
O objetivo da presente pesquisa foi
avaliar se há diferenças das noções sobre o tema entre alunos de três
diferentes modalidades de engenharia. Assim, realizou-se uma pesquisa
exploratória, qualitativa numa universidade na qual os cursos de engenharia não
contam com uma disciplina específica de introdução à Engenharia. Coletaram-se dados com alunos
voluntários dos cursos de engenharia ambiental, engenharia elétrica e
engenharia de materiais.
O
SURGIMENTO DA ENGENHARIA
O nascimento da Engenharia se confunde
com a história da tecnologia e provavelmente se perde nos primórdios da
civilização humana. Há dois milhões de anos, o homo erectus produziu e usou
ferramentas rudimentares tais como pontas, martelos e enxadas, bem como
aprendeu o domínio do fogo (BAZZO; PEREIRA, 2008). A engenharia está presente
na história e se caracteriza pela busca de solução para as necessidades
humanas relacionadas à produção de
pontes para atravessar rios, construção de estradas e fortificações,
surgimentos das cidades e seus problemas com transportes, esgotos, armazenamento de alimentos, fabricação de
materiais, peças, instalações, construções, comunicação e outros.
Para entender o surgimento da
engenharia, é preciso conhecer um pouco da história das antigas civilizações e
as tecnologias que foram empregadas nas épocas respectivas.
Há cerca de 12 mil anos, já existia a
domesticação de animais, da agricultura,
da modelagem cerâmica e da fabricação de bebidas e há oito mil a cinco mil anos, as pessoas já
construíam habitações permanentes. Estima-se que a roda tenha sido inventada há
seis mil anos. Foram construídos sistemas de irrigação e arados puxados por
animais. Moinhos movidos a água e vento foram usados para moer trigo. Jazidas
de cobre foram exploradas para a fabricação de ferramentas. A matemática foi
usada e as informações começaram a ser escritas em papiros ou tábuas de argila.
Essa história prossegue com povos
fazendo uso de tecnologias como é o caso do antigo Egito. Estes inventaram
máquinas simples, como rampas e alavancas para auxiliar os processos da
construção. A primeira evidência de alvenaria de pedra no Egito é datada de
3050 a.C., embora a história da Índia possa revelar cidades ainda mais antigas
e um grande exemplo de planejamento urbano. As grandes pirâmides do Egito foram
construídas há aproximadamente 4,5 mil anos e por volta de 2000 a.C já existiam
represas de canais de irrigação. Nessa mesma época, segundo BAZZO e PEREIRA
(2008), os povos mediterrâneos e escandinavos desenvolveram técnicas mais
sofisticadas de construção de navios. Os chineses antigos inventaram a pólvora,
o foguete, a bússola magnética, entre outros.
Os incas também tinham grandes
conhecimentos de construção, inclusive pelos padrões atuais, sendo a grande
referência a cidade de Machu Picchu. As aldeias usavam canais de irrigação e
sistemas de drenagem, tornando a agricultura muito eficiente.
Na continuação da evolução do
desenvolvimento de tecnologias, por volta de 1500 a.C foi construído, na Ilha
de Creta, o Palácio de Cnossos, com o primeiro sistema adequado de esgoto
sanitário. Aproximadamente em 1100 a.C., a engenharia militar foi introduzida
na Assíria (HOLTZAPPLE; REECE, 2006). Em Jerusalém, o Templo do Rei Salomão foi
construído em 1000 a.C. Seguiu-se nas civilizações antigas uma sucessão de
construções de aquedutos, canais, ponte com arcos, drenagem de pântanos e
abertura de estradas. Destacam-se ainda a construção do Partenon grego em 450
a.C e a construção da Grande Muralha da China finalizada em200 a.C. (BURNS,
2007).
Na Roma antiga, enormes contingentes de
soldados eram deslocados por todo o território do Império. E com eles os
alimentos, a água, os animais, as tendas, os carros, os servos, as armas, as
munições e uma infinidade de utensílios afins a tais empreitadas. Era preciso
avaliar e otimizar as condições de estradas, captação de água, saneamento dos
acampamentos, manutenção dos armamentos e outros itens igualmente fundamentais
para definir a posição entre vencidos e
vencedores. Segundo SCHNAID et al.
(2001), essas pessoas lidavam com problemas complexos: calculavam, com os
conhecimentos da época, as condições de implementação de soluções, desenvolviam
soluções a partir de condições e de materiais existentes, desenvolviam
estratégias para alterar resistência, dureza e outras características desses
materiais.
SMITH
et al. (1983) considera a Engenharia como sendo a arte profissional de
aplicação da ciência para a conversão ótima dos recursos naturais para o
benefício do homem. Esta posição, também é considerada no presente trabalho que
desde a pré-história, e portanto, anteriormente ao surgimento da Ciência, já
existia um embrião da engenharia antiga nas diversas tecnologias empregadas nas
épocas respectivas.
A história da civilização é muito rica
em exemplos de surgimento e emprego de tecnologias desde tempos imemoriais. Mas
os avanços da tecnologia foram enormes. Quando no século XVIII se chegou a um
conjunto sistemático e ordenado de doutrinas, estava lançada a semente da nova
engenharia.
Segundo HOLTZAPPLE & REECE (2006), a
palavra engenheiro data de 200 d.C., quando Tertuliano, autor cristão descreveu
um ataque romano à cidade de Catargo em que foi utilizado um aríete, por ele
descrito como ingenium, uma invenção
engenhosa.
Mais tarde, por volta de 1200 d.C., a
pessoa responsável pelo desenvolvimento de engenhos inovadores destinados à
arte da guerra eraconhecido como ingeniator. Aríetes, torres de assalto,
trabuquetes, catapultas e pontesflutuantes eram importantes engenhos de guerra.
Surgia assim o nome que daria origem ao campo de saber e ao profissional de
engenharia.
Em 1500 foi publicado o primeiro livro
sobre Engenharia, De Re Militari, de
Valturius. O sentido de engenho estava ampliado, sendo engenheiros os
construtores de engenhos. A invenção da máquina a vapor na Inglaterra e as revoluções
industriais iniciadas na segunda metade do século XVIII representaram
umamarcante transformação na organização social da Europa e do mundo, em torno
da produção de bens em larga escala.
Até os tempos atuais, as necessidades
militares impulsionam os avanços científicos e da engenharia. Basta citar a
corrida pela conquista espacial entre os Estados Unidos da América e a antiga
União Soviética, na qual foram investidas enormes quantias de recursos
financeiros e humanos.
A passagem da engenharia antiga para a
moderna, que se caracteriza pelo emprego dos conhecimentos científicos na
resolução de problemas, não ocorreu de forma abrupta, mas de forma gradual ao
longo do tempo (BAZZO; PEREIRA, 2008). Importante resgatar que originalmente
não existiam escolas formais para o ensino da engenharia e as pessoas eram
guiadas principalmente pela intuição e empirismo, observação e prática.
De fato, a sociedade conta com avanços
ora maiores, quando há o surgimento de uma nova tecnologia como é o caso da
máquina a vapor, da televisão, do computador, da internet e tantos outros, no
entanto, entre o surgimento e o emprego e benefício para sociedade, existe um
tempo que é necessário para que ocorra a disseminação, validação e formação de
cultura no emprego dessas tecnologias na sociedade. Deste modo as transformações
são lentas e graduais e necessitam de muitos engenheiros desenvolvendo novas
aplicações para as tecnologias e conhecimentos científicos que surgem.
Tão logo os cientistas começaram a
entender a eletricidade, nasceu a profissão dos engenheiros eletricistas. A
eletricidade serve à sociedade em duas principais funções: transmissão de
potência e de informação. Os engenheiros elétricos estão voltados para
transmissão de potência e projetos de equipamentos de alta potência ou equipamentos eletrônicos,
tão presentes no nosso cotidiano (HOLTZAPPLE; REECE, 2006).
Os engenheiros de materiais estudam as
diversas propriedades dos materiais, dedicam-se a obter os materiais exigidos
pela sociedade moderna, em suas diversas classificações: cerâmica, plásticos,
minérios, dentre outros.
A engenharia ambiental é um ramo novo
que estuda os problemas ambientais de forma integrada nas suas dimensões
ecológica, social, econômica e tecnológica, como o objetivo de promover o
desenvolvimento sustentável.
LISTA GERAL DE ESPECIALIDADES DE ENGENHARIA
Eis,
a seguir, uma lista não-exaustiva das especialidades atuais de engenharia:
11.
Engenharia de áudio;
13.
Engenharia
automóvel
(ou automobilística);
14.
Engenharia de base;
15.
Bioengenharia;
16.
Engenharia
biofísica
(Bioengenharia de
solos
– BR, Engenharia natural – PT);
17.
Engenharia
biológica;
18.
Engenharia
biomédica;
19.
Engenharia
biônica;
21.
Engenharia
canônica;
23.
Engenharia civil;
29.
Engenharia de
custos;
30.
Engenharia
econômica;
31.
Engenharia elétrica;
40.
Engenharia física;
41.
Engenharia
florestal;
42.
Engenharia genética;
43.
Engenharia
geofísica;
45.
Engenharia
de gestão;
46.
Engenharia
geológica;
48.
Engenharia
hidráulica
(ou hídrica);
49.
Engenharia humana;
59.
Engenharia mecânica;
63.
Engenharia militar;
64.
Engenharia de minas;
66.
Engenharia naval;
67.
Engenharia nuclear;
68.
Engenharia óptica (ou ótica);
69.
Engenharia de pesca;
79.
Engenharia química;
82.
Engenharia robótica;
84.
Engenharia
sanitária;
94.
Engenharia têxtil;
BRASIL
Em
29 de
junho de 2009, o
Ministério da Educação brasileiro anunciou uma futura reforma no nome dos
cursos de graduação – entre eles, os cursos de Engenharia, que, atualmente,
possuem 258 nomenclaturas diferentes.[2]
Os nomes dos cursos atuais serão reduzidos a 22:
1.
Engenharia
Aeronáutica
2.
Engenharia
Agrícola
3.
Engenharia
de Agrimensura
4.
Engenharia
de Alimentos
5.
Engenharia
Ambiental
6.
Engenharia
Civil
7.
Engenharia
de Computação
8.
Engenharia
de Controle e Automação
9.
Engenharia
Elétrica
10.
Engenharia
Eletrônica
11.
Engenharia
Florestal
12.
Engenharia
de Fortificação e Construção
13.
Engenharia
Mecânica
14.
Engenharia
Mecânica e de Armamento
15.
Engenharia
de Materiais
16.
Engenharia
de Minas
17.
Engenharia
Metalúrgica
18.
Engenharia
Naval
19.
Engenharia
de Pesca
20.
Engenharia
de Produção
21.
Engenharia
Química
22.
Engenharia
de Telecomunicações
PORTUGAL
Em
Portugal, o
nome de cada curso superior de engenharia é definido pela própria instituição
de ensino superior que o oferece. Já a Ordem dos Engenheiros e a Ordem dos Engenheiros Técnicos
consideram, respetivamente 12 e 16 especialidades de engenharia. De acordo com
o tipo do seu curso superior - que pode ter ou não o mesmo nome da
especialidade de inscrição - os profissionais inscrevem-se como engenheiros
ou como engenheiros técnicos numa daquelas
especialidades.
As
especialidades da Ordem dos Engenheiros são:
3.
Engenharia civil,
7.
Engenharia
geológica
e de minas
11.
Engenharia naval,
12.
Engenharia química e biológica.
As
especialidades da Ordem dos Engenheiros Técnicos são:
3.
Engenharia civil,
10.
Engenharia química,
12.
Engenharia
alimentar,
AS 10 MELHORES FACULDADES DE ENGENHARIA DO MUNDO
Fonte: Exame.com
Ranking do
Business Insider mostra quais as escolas que oferecem as melhores perspectivas
de carreira para futuros engenheiros.
Quando
questionados sobre quais são os profissionais mais escassos no Brasil, boa
parte dos recrutadores têm a resposta na ponta da língua: faltam engenheiros e
ponto. Mas quais são asfaculdades que oferecem o melhor preparo para o mercado
de trabalho para esses profissionais?
O site Business
Insider respondeu esta pergunta com um ranking das melhores faculdades de
engenharia do mundo. Para chegar à lista que abriga 50 escolas, o site
americano consultou mais de 700 profissionais da indústria de tecnologia. Os
participantes tinham que avaliar a reputação da escola no mercado em uma escala
de 1 a 5.
Resultado: a
escola com melhor avaliação é a CalTech. Clique nas fotos acima para conhecer
as escolas de engenharia com maior prestígio entre os profissionais americanos.
1. California Institute of Technology
O departamento de
engenharia e ciências aplicadas do California Institute of Technology recebeu
nota 4,65, numa escala que vai de 0 a 5.
A escola, que foi
fundada em 1891, tem mais de 13 mil ex-alunos e 32 vencedores do prêmio Nobel.
Segundo o levantamento da Business Insider com base em dados do LinkedIn, o
Google e a Intel são os principais empregadores dos ex-alunos da escola.
2. Massachusetts Institute of Technology
“Se você deseja
mudar o mundo, realmente mudar o mundo, seja um engenheiro”. A frase que abre o
site da escola de engenharia do MIT, que foi proferida pelo reitor da unidade
Ian Waitz, dá um pouco do tom da instituição.
A unidade levou
nota 4,38 de 5 pontos. Ao todo, a escola possui 25 professores laureados pela
American Academy of Arts and Sciences. No ranking de principais empregadores,
Google e Microsoft estrelam as primeiras posições na batalha pelos engenheiros
formados pelo MIT.
3. Stanford
Numa escala de 1 a
5, Stanford pontuou 4,2 pontos entre os profissionais consultados pela Business
Insider. Ao todo, a escola de engenharia de Stanford possui 65 laboratórios e
centros especializados. Este ano, possui mais de 3,2 mil alunos matriculados
nos programas de graduação e 241 docentes.
No ranking de
principais empregadores, Google e Cisco System estrelam como as duas principais
empresas que recrutam formados na escola. Facebook, HP, Apple, Oracle,
Microsoft e IBM também integram a lista.
4. Rensselaer Polytechnic Institute
De um total de 5
pontos, a escola de engenharia doRensselaer Polytechnic Institute cravou nota
4,16. Ao todo, a escola, que fica em Nova York, possui 3,7 mil alunos, 12
centros de pesquisa e 30 cursos.
No ranking de
principais empregadores dos alunos formados na instituição, IBM, Cisco e Intel
lideram a lista.
5. University of California Berkeley
Em uma escala de 1
a 5, Berkeley pontuou 4 pontos segundo a Business Insider. Ao todo, a escola
deengenharia da Universidade de Califórnia Berkeleypossui 208 professores em
seu corpo docente, mais de 56 mil ex-alunos e, atualmente, 26 tipos diferentes
de projetos extracurriculares de engenharia.
No ranking de
principais empregadores de profissionais formados na instituição, Google, Cisco
Systems e Oracle lideram a lista.
6. Carnegie Mellon University
Em uma escala de 1
a 5, o braço de engenharia do instituto de tecnologia da Carnegie Mellon Universitypontuou
3,77 pontos no ranking da Business Insider. Em média, um aluno de engenharia
biomédica recebe cerca de 60,4 mil dólares por ano após sair da escola.
No ranking de
principais empregadores de profissionais formados na instituição, Google, Microsoft
e IBM lideram a lista. http://www.cit.cmu.edu/about_cit/index.html
7. Cornell
Em uma escala de 1
a 5, a faculdade de engenharia da Cornell University pontuou 3,43 pontos no
ranking. Ao todo, a escola possui mais de 4,6 mil alunos matriculados, 62
programas de engenharia nos mais diferentes níveis e 450 disciplinas.
No ranking de
principais empregadores de profissionais formados na instituição, IBM, Google e
Microsoft lideram a lista.
8. Georgia Tech
Em uma escala de 1
a 5, a faculdade de engenharia da Georgia Tech pontuou 3,38 pontos no ranking.
A escola possui oito unidades . Entre seu corpo docente, 27 professores são
membros da Academia Nacional de Engenharia.
No ranking de
principais empregadores de profissionais formados na instituição IBM, Intel e
Cisco Systems lideram a lista.
9. Harvad
A escola de
engenharia e ciências aplicadas de Harvard conquistou 3,65 pontos em uma escala
de 1 a 5 no ranking da Business Insider. Fundada em 1847, a escola possui 956
alunos matriculados nos programas de graduação e pós.
No ranking de
principais empregadores de profissionais formados na instituição Google,
Microsoft e IBM lideram a lista.
10. Princeton
A escola de
engenharia e ciências aplicadas dePrinceton conquistou 3,35 pontos em uma
escala de 1 a 5 no ranking da Business Insider. A instituição possui um corpo
docente de 103 professores e pouco mais de 1.500 alunos matriculados.
O
ENSINO DE ENGENHARIA NO BRASIL
O primeiro ensino formal de engenharia
no Brasil foi a Academia Real Militar, criada em 4 de dezembro de 1810, pelo
príncipe Regente (futuro Rei D. João VI), substituindo a Real Academia de
Artilharia, Fortificação e Desenho, instalada em dezembro de 1792. A Academia
Real Militar foi a primeira escola a funcionar nas Américas e a terceira no
mundo, sendo antecedida somente pela Escola de Pontes e Calçadas, em 1747
(Instituto Militar de Engenharia, 1999), na França e pela Academia Real de
Fortificação, Artilharia e Desenho, em Portugal, em 1790. Na época de
surgimento dos primeiros cursos de Engenharia brasileiros, houve a influência
cartesianismo que marcou o início da Filosofia Moderna a partir do século XVII,
e do positivismo a partir do final do século XIX que permitiam conhecer a
verdade, mediante o uso da linguagem matemática para descrição dos fenômenos da
natureza (LAUDARES; RIBEIRO, 2000).
O positivismo era uma escola de
filosofia pautada no racionalismo e pregava a disciplina, ordem e progresso,
cuja escrita pode ser observada na bandeira nacional, revelando a influência
dessa filosofia também na formação do Brasil. O século XX iniciou-se no país
num contexto economicamente turbulento em decorrência da grande crise no mercado
cafeeiro. No entanto, o setor industrial cresceu nessa época e o Ensino de
Engenharia se transformou para atender as demandas do processo econômico. Após
a segunda Grande Guerra Mundial, houve novo crescimento industrial, por meio de
programas desenvolvimentistas. Nesse mesmo período, constata-se uma ampliação
das escolas. Durante a década de 1960, o mercado industrial continuou
promissor. A partir de 1970, o Brasil passou para um período de grande expansão
industrial. Novos métodos e técnicas de produção são introduzidos nas
indústrias (SANTOS; SILVA, 2008).
A década de 70 foi considerada como
sendo o período do “Milagre Econômico Brasileiro”. Nesta época havia uma
demanda muito grande por profissionais de engenharia e também se multiplicaram
as modalidades e especialidades da Engenharia.
Segundo WUNSCHU FILHO (1999), na década
de 1990 ocorreu uma marcante reestruturação produtiva no Brasil –
informatização, robotização e racionalização organizacional. Essas mudanças no
processo produtivo demandaram um novo profissional de engenharia, situação que
prossegue até a presente data num contexto de automatização crescente e busca
da sustentabilidade num mercado globalizado.
Atualmente no país, os cursos de
Engenharia contam com uma orientação no sentido de atenderem às Diretrizes
Curriculares:
Art. 6º: Todo o curso de Engenharia,
independente de sua modalidade, deve possuir em seu currículo um núcleo de
conteúdos básicos, um núcleo de conteúdos profissionalizantes e um núcleo de
conteúdos específicos que caracterizem a modalidade.
§ 1º O núcleo de conteúdos básicos,
cerca de 30% da carga horária mínima, versará sobre os tópicos que seguem:
I - Metodologia Científica e
Tecnológica;
II - Comunicação e Expressão;
III - Informática;
IV - Expressão Gráfica;
V - Matemática;
VI - Física;
VII - Fenômenos de Transporte;
VIII - Mecânica dos Sólidos;
IX - Eletricidade Aplicada;
X - Química;
XI - Ciência e Tecnologia dos Materiais;
XII - Administração;
XIII - Economia;
XIV - Ciências do Ambiente;
XV - Humanidades, Ciências Sociais e
Cidadania.
§ 2º Nos conteúdos de Física, Química e
Informática, é obrigatória a existência de atividades de laboratório. Nos
demais conteúdos básicos, deverão ser previstas atividades práticas e de
laboratórios, com enfoques e intensidade compatíveis com a modalidade pleiteada
(BRASIL, 2002).
As diretrizes são indicativos de
caminhos a serem seguidos na elaboração das matrizes curriculares dos cursos de
engenharia nas suas diversas modalidades. Elas não são limitantes no sentido de
impedir que se insiram outras disciplinas que se considerem importantes para a
formação dos engenheiros.
No presente artigo, discuti-se acerca da
importância de que seja contemplado o estudo da introdução à engenharia nos
Cursos de Engenharia.
METODOLOGIA
A pesquisa exploratória é um tipo de
pesquisa inicial na qual se faz questionamentos por meio de entrevistas e
avaliações. (SEVERINO, 2007; YIN, 2011). Este tipo de pesquisa é importante
para indicar rumos a serem seguidos em trabalhos posteriores. O presente estudo
foi realizado no mês de setembro de 2011 em uma Universidade pública localizada
na região sudeste do país, e esta oferece, dentre outros, os seguintes cursos
de engenharia: Elétrica, Ambiental e Materiais.
Realizou-se uma pesquisa exploratória
com aplicação de questionários e entrevistas em grupos de alunos de engenharia.
O grupo entrevistado constou de 45 alunos, sendo 15 do curso de engenharia
ambiental, 15 do curso de engenharia elétrica e 15 da engenharia de materiais.
Os estudantes do primeiro grupo eram especificamente do 4º período, enquanto os
do segundo grupo eram compostos por: 13 do 2º período, 2 do 4º período. Os
alunos do terceiro grupo eram constituídos por: 7 alunos do 2º período, 6 do 4º
período e 2 do 7º período do curso de engenharia de materiais.
O questionário base utilizado nas
entrevistas constou de perguntas envolvendo:
1. O curso no qual o aluno estuda;
2. O período no qual o aluno se encontra
no curso;
3. Sexo e idade;
4. Conhecimento sobre a história da
engenharia:
4.1. Você conhece as origens históricas
(nascimento e desenvolvimento) da Engenharia? ( ) Sim ( ) Não.
4.2. Caso positivo, qual o seu grau de
conhecimento? Dê uma nota de 1 a 5, (onde 1 = nenhum conhecimento e, 5 =
conhecimento máximo);
5. Você fez curso técnico? ( ) Sim ( )
Não;
RESULTADOS
E DISCUSSÕES
Categorizando por formação em curso
técnico ou não
No grupo de alunos de engenharia
ambiental entrevistados, 35,7% são procedentes de curso técnico, no caso do
grupo de estudantes de engenharia elétrica, 66,7% estudaram em escola técnica e
no grupo de engenharia de materiais foram 26,7%.
Nessa categorização sobre procedência de
curso técnico ou não, não foram observadas diferenças de teor ou de nível nas
respostas dos alunos.
Categorizando por tipo de Engenharia
Os resultados da pesquisa revelaram que
dos alunos de engenharia ambiental
entrevistados, 33,3% afirmaram desconhecer completamente as origens históricas
da engenharia. Do grupo de alunos restantes que afirmaram conhecer o tema, 70%
atribuiu a si mesmo nível 3, numa escala de 1 a 5, no qual 1 representa nenhum
conhecimento e 5 corresponde a conhecimento máximo, não havendo nenhum caso de
nível 5.
No caso dos alunos de engenharia
elétrica, 80% afirmaram desconhecer completamente as origens históricas da engenharia. Do restante deste grupo, todos os alunos
entrevistados atribuíram a si mesmo nível 3 de conhecimento.
Em relação ao grupo de engenharia de
materiais, 53,3% afirmaram conhecer o tema, sendo que todos eles atribuíram a
si próprio nível 2 ou 3, indicando
carência nesse conhecimento.
Os resultados demonstraram que a maioria
dos alunos não possuía conhecimento embasado sobre as origens históricas da
engenharia e, se têm alguma noção, são de pequeno grau. As informações obtidas
espelham uma carência de identidade profissional para os estudantes de
Engenharia. Nos períodos iniciais do
curso, o foco está nas disciplinas de ciências exatas. Com base nas
diretrizes curriculares do Curso de Engenharia, não se observa uma disciplina
específica introdutória à engenharia. Caso ela existisse, teria a função de
inserir os estudantes no contexto da sua
futura profissão, fornecendo a identidade profissional para os mesmos. A
partir dessa identidade profissional, as outras disciplinas iriam somando
esforços e conhecimentos no sentido da
formação do profissional engenheiro.
Como surgiu a Engenharia? Quais as
principais realizações e conquistas da engenharia ao longo da história?
Enquanto várias outras carreiras de diferentes áreas se orgulham do nascimento
histórico das suas profissões, os engenheiros do grupo pesquisado subtraem de
si a satisfação de conhecer os grandes
feitos da engenharia desde as antigas civilizações. A partir de um embasamento
histórico, refletido para os tempos atuais, qual o papel do engenheiro na
sociedade?
Entende-se que numa situação na qual os
graduandos de engenharia, desde os
primeiros anos de estudo, já possam conhecer as origens e a importância da
engenharia na sociedade, isso representa um forte fator de estímulo aos mesmos.
Paralelamente, esse conhecimento também favorece a criação de uma identidade aos estudantes de engenharia.
CONCLUSÃO
Nem todos os cursos de engenharia contam
com disciplinas introdutórias à sua profissão e que abordem tanto aspectos
históricos da origem como também a engenharia dos tempos atuais e a
inter-relação entre as diversas modalidades existentes, bem como as tendências
nessa área de conhecimentos.
A presente pesquisa foi realizada com
alunos voluntários de cursos de engenharia que não contam com uma disciplina
introdutória sobre o surgimento da profissão. Considera-se importante que
exista uma consciência e identidade
profissional desde o início de um curso de engenharia, pois as outras
disciplinas serão organizadas na mente do aluno, a partir dos conceitos
profissionais iniciais.
Pode-se supor que estudantes de grau
mais avançado de engenharia se tornam
familiarizados com a questão. Contudo, a falta da identidade faz com que o
aluno construa seu mundo com as disciplinas básicas de Matemática, Física e
Química sem um direcionamento para sua profissão de objetivo último, a
engenharia, independente da modalidade.
A rigor, não existe nada que possa
garantir que os alunos de engenharia
sejam estimulados a compreender as origens históricas da sua futura profissão, pois as disciplinas
específicas são de conteúdos programáticos já previstos. Entende-se que nas
Diretrizes Curriculares do Curso de Engenharia, o conjunto de disciplinas
básicas não contempla um conteúdo introdutório que favoreça a construção do
conhecimento, a partir de uma base comum e sólida. Assim, defende-se a idéia da importância da
disciplina de Introdução à Engenharia para Cursos de Engenharia, mesmo que esta
não conste nas Diretrizes Curriculares, pois tudo indica que os atuais tópicos
não cobrem essa lacuna e que a formação do profissional com identidade pode
ajudar a melhorar os cursos de engenharia nacionais.
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Fontes Adicionais:
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