Blog “Ciências Exatas Contemporâneas”, de
autoria de Álaze Gabriel.
Disponível em http://cienciasexatascontemporaneas.blogspot.com.br/
APRESENTAÇÃO
O
conceito de engenharia em dos tempos mais remotos. Existe desde a antiguidade,
a partir do momento em que o homem criou invenções indispensáveis como a polia
(uma espécie de roldana), a alavanca e a roda. Cada uma dessas invenções é o
que consiste a moderna definição de engenharia, explorando conceitos básicos da
mecânica para criar ferramentas e objetos utilitários.
O
termo "engenharia" possui um etimologia mais recente, deriva da
palavra "engenheiro", que surgiu na língua portuguesa em meados do
século XVI e era relacionado a alguém que construía ou operava o engenho. Neste
período, o termo "engenho" era relacionado apenas a uma máquina de
guerra (tipo uma catapulta ou torre de assalto). Esta palavra possui um origem
ainda mais antiga, provém do latim "ingenium" que significa
"gênio", ou seja, uma qualidade natural, mental, uma invenção
inteligente.
Atualmente,
os significados originais das palavras "engenharia" e
"engenharia civil" estão obsoletos, no entanto, são utilizados em
alguns países.
O
Farol de Alexandria, as Pirâmides do Egipto, os Jardins Suspensos da Babilónia,
a Acrópole de Atenas, o Parténon, os antigos aquedutos romanos, a Via Ápia, o
Coliseu de Roma, Teotihuacán e as cidades e pirâmides dos antigos Maias, Incas
e Astecas, a Grande Muralha da China, entre muitas outras obras, mantêm-se como
um testamento do engenho e habilidade dos antigos engenheiros militares e
civis.
O
primeiro engenheiro civil da história ficou conhecido pelo nome Imhotep. Ele
era uma dos funcionários do faraó Djoser, e provavelmente, foi quem projetou e
supervisionou a construção da Pirâmide de Djoser, uma pirâmide de degraus em
Saqqara, construída por volta de 2630 a.C.-2611 a.C.. Ele poderá também ter
sido o responsável pelo primeiro uso da coluna na arquitetura.
HISTÓRIA DA ENGENHARIA
Temos como objetivo informar neste trabalho sobre a
história da Engenharia, desde o inicio da humanidade até os tempos modernos, e
relatar, acima de tudo , sobre o avanço e as melhorias da
profissão.Universidade do Vale do Rio dos Sinos, curso de graduação em
Engenharia Civil.
RESUMO
Neste trabalho foi abordado temas sobre a história
da Engenharia no Brasil e no mundo. A Engenharia é uma ciência e uma profissão
que aplica conhecimentos técnicos, matemáticos e científicos afim de
aperfeiçoar, implantar e criar utilidades para determinada função ou objetivo.
Desde os tempos mais primórdios, o homem foi desenvolvendo ferramentas e
métodos para utilizar nas mais variadas situações. E isso foi evoluindo com o
passar do tempo. Hoje a Engenharia é uma das profissões mais tecnológicas e bem
sucedidas conhecidas no mundo atualmente, foi subdividida em várias áreas para
suprir tamanha necessidade. Contamos com dois Conselhos que regem a profissão e
oraganizam esse meio. A Engenharia é uma das áreas mais concorridas e
respeitadas nos dias de hoje.
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa refere-se a “História da Engenharia”,
principalmente focada na História da Engenharia no Brasil. Na presente pesquisa
regredirá até a engenharia presente nos primórdios da civilização “ser humano”
que dentro de sua evolução criou, produziu e aperfeiçoou vários objetos e
técnicas importantes para a sua própria sobrevivência. Chegará às civilizações
antigas, os romanos, egípcios, chineses entre outras, para assim, entender o
que cada uma contribui para a evolução do conhecimento e sucessivamente a
criação da engenharia. Seguindo a linha do tempo haverá algumas citações
importantes de alguns estudiosos, movimentos e criação de experimentos que
possibilitaram o crescimento da engenharia tendo fundamentado e contribuído
essencialmente para a engenharia dos dias atuais. Será apresentado um pouco
sobre a Engenharia Moderna onde tem por definição ser a ciência e a profissão
de adquirir e de aplicar os conhecimentos matemáticos, técnicos e científicos
na criação, aperfeiçoamento e implementação de utilidades, tais como materiais,
estruturas, máquinas, aparelhos, sistemas ou processos, que realizem uma
determinada função ou objetivo. Nos processos de criação, aperfeiçoamento e
implementação, a engenharia conjuga os vários conhecimentos especializados no
sentido de viabilizar as utilidades, tendo em conta a sociedade, a técnica, a
economia e o meio ambiente.
1. DEFINIÇÃO DE ENGENHARIA
A engenharia é a ciência e a profissão de adquirir
e de aplicar os conhecimentos matemáticos, técnicos e científicos na criação,
aperfeiçoamento e implementação de utilidades, tais como materiais, estruturas,
máquinas, aparelhos, sistemas ou processos, que realizem uma determinada função
ou objetivo. O termo "engenharia" em si tem uma etimologia muito
recente, derivando da palavra "engenheiro", que apareceu na língua
portuguesa no início do século XVI e que se referia a alguém que construía ou
operava um engenho. Antigamente, o termo "engenho" referia-se apenas
a uma máquina de guerra como uma catapulta ou uma torre de assalto. A palavra
"engenho", em si, tem uma origem ainda mais antiga, vindo do latim
"ingenium" que significa "génio" ou seja uma
qualidade natural, especialmente mental, portanto uma invenção inteligente.Nos
processos de criação, aperfeiçoamento e implementação, a engenharia conjuga os
vários conhecimentos especializados no sentido de viabilizar as utilidades,
tendo em conta a sociedade, a técnica, a economia e o meio ambiente. A
engenharia é uma ciência bastante abrangente que engloba uma série de ramos
mais especializados, cada qual com uma ênfase mais específica em determinados
campos de aplicação e em determinados tipos de tecnologia.
2. INÍCIO HUMANIDADE
2.1. Período Paleolítico
2.1.1. A primeira
adaptação de ferramentas
A história da Engenharia teve início há cerca de
sete milhões de anos. De acordo com estudos de paleontologia, os primeiros
hominídeos eram carnívoros e, como não possuíam dentes ou garras afiados,
necessitaram de alguma ajuda para superar esse problema. Isto os levou à
fabricação de ferramentas, que inicialmente eram pedras lascadas para ficarem
com a ponta aguçada e se transformarem em objetos cortantes. Estima-se que as
mais antigas ferramentas, encontradas na Tanzânia, foram fabricadas há cerca de
1 750 000 anos, por uma população pré-humana, usados de forma bastante
rudimentar. Pode-se afirmar também que as técnicas primitivas tiveram grande
avanço e consistência com a descoberta da alavanca – quando o homem sentiu que
podia mover cargas bem mais pesadas do que as normalmente movia com seus
próprios braços. Assim, teve início o desenvolvimento tecnológico, esta
evolução é fruto do aparecimento e do constante aprimoramento de um tipo de
indivíduo preocupado com o desenvolvimento de técnicas e, na história mais
recente da humanidade, ao aparecimento de um novo tipo de intelectual, com base
educacional técnica e íntima relação com os processos de desenvolvimento de
tecnologia.
2.1.2. A descoberta do
fogo
Certamente o maior avanço tecnológico e cultural do
homem primitivo foi a habilidade adquirida em lidar com o fogo, ocorrida por
volta de 600.000 anos atrás, possivelmente a partir de algum incêndio causado
por raios ou erupção vulcânica. O fogo significou calor e luz, possibilitando
vencer o frio e a escuridão, e portanto, abriu caminho para o homem primitivo
sobreviver em regiões mais frias, ampliando a ocupação espacial da terra, além
de cozer os alimentos, tornando-os mais palatáveis.
2.2. Período Neolítico
Há cerca de 12 mil anos uma verdadeira revolução
técnica aparece, provocando um conjunto de modificações culturais
caracterizado, basicamente, pela introdução da agricultura, da domesticação de
animais, da modelagem de cerâmica e da fabricação do vinho e da cerveja. Com a
agricultura e a domesticação de animais, este sendo explorado de diversas
maneiras, como por exemplo, a ordenha para aproveitamento de leite, a coleta de
ovos, a tração animal, além de criar o estoque alimentar de reserva. Assim, não
havia mais necessidade de mudanças frequentes do local de residência para
obtenção de alimentos. Este é o chamado Período Neolítico.
Nesse momento o homem passou a sedentário, e há
aproximadamente 8 mil anos um ser humano não caçador não coletor, foi
responsável pela origem das comunidades grandes e suficientemente permanentes
para desenvolver uma arquitetura de tijolos e pedras. Os restos de alguns destes
vilarejos construídos de tijolos chegaram até nossos dias. O mais desenvolvido
é o de Tell es-Sultan (Jericó), no oriente próximo. No período neolítico surgiu
por volta de 4000 a.C. a roda, e tornou-se uma das tecnologias mais famosas e
úteis do mundo. Nesse momento certamente nascia o primeiro engenheiro.
2.2.1. A criação de
ferramentas mais elaboradas
Somente a partir de 50.000 anos os seres humanos
começaram a produzir artefatos de caça mais elaborados, como os arpões, as
lanças, e posteriormente o arco e a flecha. Este meio mais eficiente de matar a
uma distância segura, permitiu a caçada de animais perigosos e de grande porte,
capazes de fornecer alimentos para grupos mais numerosos.
2.3. Idade do Bronze
Com esta nova organização social, o homem começou a
dedicar-se a novas descobertas e a realizar obras de maior porte, para poder
manter o seu modo de vida, suas novas aspirações e organizações sociais. Outra
mudança significativa que perpassa a era da civilização foi à descoberta do uso
do metal.A longo prazo, o metal mudou o mundo quase tanto quanto a agricultura.
O cobre, o primeiro metal a ser aproveitado, foi aplicado inicialmente na
elaboração de objetos para ornamentos, mas logo foi utilizado para fabricação
de armas e ferramentas. O ferro passou a ser explorado no oriente próximo por
volta de 1.500 a.C. e só foi amplamente divulgado depois do ano 1.000 a.C. Mais
ou menos no mesmo período, a arquitetura foi enriquecida com novas técnicas,
deu-se a invenção e a construção das primeiras máquinas simples. Essas novas
invenções colaboraram para que se promovesse a transformação das antigas
sociedades rurais patriarcais em cidades governadas, com regras de convivência
política mais elaboradas, com a construção de templos, aquedutos, estradas e
palácios.
3. ENGENHARIA NO INÍCIO DAS CIVILIZAÇÕES
3.1. As primeiras civilizações
As primeiras civilizações propriamente ditas que se
tem conhecimento surgiram entre os anos 3.500 e 500 a.C., e a primeira delas é
a Suméria, no sul da Mesopotâmia. As maiores contribuições tecnológicas legadas
por ela foram a prática da irrigação e a construção e o desenvolvimento do
sistema de governo. Pouco depois, sinais de civilização podem ser vistos também
no Egito e datam de aproximadamente 3.000 anos a.C.. Sabe-se que os egípcios
primitivos dominavam várias técnicas dentre as quais, as de construção de
barcos de junco, de trabalhar pedra dura, de moldar o cobre, além de dominarem
técnicas de irrigação. Praticavam também a criação do gado para tração e
criavam aves. Construíram obras públicas em pedra, insuperáveis para a época,
das quais as mais famosas são as pirâmides e o primeiro arquiteto conhecido foi
Imhotep, chanceler real.
O Farol de Alexandria, as Pirâmides do Egipto, os
Jardins Suspensos da Babilónia, a Acrópole de Atenas, o Parténon, os antigos
aquedutos romanos, a Via Ápia, o Coliseu de Roma, Teotihuacán e as cidades e
pirâmides dos antigos Maias, Incas e Astecas, a Grande Muralha da China, entre
muitas outras obras, mantêm-se como um testamento do engenho e habilidade dos
antigos engenheiros.
3.2. O surgimento da escrita
Com o surgimento da escrita foi possível a
armazenar e transmitir conhecimentos e experiências com mais facilidade e
precisão, de uma geração a outra. A cultura e a tecnologia acumuladas
gradualmente se tornaram mais efetivas como instrumentos para mudar o mundo.
Ficaram então mais fáceis, o domínio das complexas técnicas de irrigar as
terras, de fazer as colheitas e armazená-las e assim melhorar a eficiência na
exploração dos recursos naturais.
3.3. Antigo Egito
Os egípcios inventaram e usaram muitas máquinas
simples, como a rampa e a alavanca, para auxiliar os seus processos da
construção. O suporte de escrita egípcio, feito do papiro, e a cerâmica, foram
produzidos e exportados para toda a bacia do Mediterrâneo. A roda, contudo, só
chegou quando invasores estrangeiros introduziram a quadriga. Os egípcios
primitivos dominavam várias técnicas dentre as quais, as de construção de
barcos de junco, de trabalhar pedra dura, de moldar o cobre, além de dominarem
técnicas de irrigação. Praticavam também a criação do gado para tração e
criavam aves. Construíram obras públicas em pedra, insuperáveis para a época,
das quais as mais famosas são as pirâmides . O primeiro engenheiro civil
conhecido pelo nome foi Imhotep. Como um dos funcionários do faraó Djoser,
Imhotep provavelmente projetou e supervisionou a construção da Pirâmide de
Djoser, uma pirâmide de degraus em Saqqara, por volta de 2630 a.C.-2611 a.C..
Ele poderá também ter sido o responsável pelo primeiro uso da coluna na
arquitetura.
3.4. Roma Antiga
A civilização romana dominava o conhecimento para:
Arquitetura e engenharia; Construção de estradas; Agricultura intensiva;
Metalurgia; Leis relativas à propriedade individual; Engenharia militar; Fiação
e tecelagem
Devido a Roma se localizar numa península
vulcânica, com areia que continha grãos cristalinos adequados, o betão que os
romanos inventaram era particularmente durável. Alguns dos seus edifícios
duraram 2.000 anos. Os romanos percebiam de hidráulica e construíram fontes e
chafarizes que se tornaram a imagem de marca da sua civilização. O império
romano chegou a dominar todo o mundo mediterrâneo por volta de 50 a.C., e para
tornar as cidades conquistadas mais confortáveis, os romanos construíram estradas,
arenas de jogos, casas de banho, esgotos, aquedutos e cisternas de água
potável. Os arquitetos foram os primeiros a se livrarem da necessidade de se
apoiar grandes vãos de telhados em fileiras de pilares, inventando o teto em
forma de abóbada.
Se for verdade que a civilização romana não ficou
famosa por suas descobertas em termos de ciências naturais, por outro lado, a
grandeza de seus feitos tecnológicos até hoje impressiona. No entanto após a
desestruturação do Império Romano várias técnicas, como a fabricação e manuseio
de vidros e a noção de perspectiva nas pinturas, a colheitadeira movida a
burro, os guindastes, engrenagens diferenciais, esgotos, aquedutos, ligas de
ferro fundido, rotação de culturas, navios mercantes de grande capacidade e o
concreto acabaram abandonadas e precisaram ser redescobertas mais tarde.
3.5. Índia Antiga
A civilização do Vale do Indo, bem situada e com
muitos recursos, constituía uma lição de sanidade e planejamento urbanos. Aqui
se encontram dos primeiros exemplos de 'esgotos fechados', de banhos, de
celeiros públicos etc.
As técnicas de construção e arquitetura indianas,
compendidas nos 'Vaastu Shastra", incluíam detalhes e plantas baseados em
princípios científicos como a resistência dos materiais, a altura ideal da construção,
a presença de fontes de água adequadas e a luz que preserva a higiene. É uma
das primeiras ciências da construção a ser assim tão completa.
A cultura da antiguidade indiana foi sempre muito
variada na escolha das especiarias, dos condimentos e dos artigos ornamentais,
pois a Índia era a origem do óleo de palma e do coco, do índigo e de muitos
outros pigmentos e corantes vegetais, como o cinábrio.
Utilizaram o uso da "matemática prática",
e assim, manufaturavam tijolos cujas dimensões eram proporcionais a 4:2:1, pois
era considerada favorável a estabilidade da estrutura de tijolos. Eles usaram
um sistema padronizado de pesos baseado nas proporções: 1/20, 1/10, 1/5, 1/2,
1, 2, 5, 10, 20, 50, 100, 200, e 500, com a unidade de peso equivalendo a 28 gramas.
Eles produziram em massa pesos em formas geométricas regulares, que incluíam
hexaedro, barris, cones, e cilindros, e assim demonstrando conhecimento de
geometria básica.
3.6. China Antiga
A China possui uma longa e rica história de
contribuição tecnológica. As Quatro Grandes Invenções da China antiga são a
bússola, pólvora, criação de papel e impressão. Essas quatro descobertas
tiveram um enorme impacto no desenvolvimento da civilização da China e um
impacto global com um alcance ainda maior. De acordo com o filósofo inglês
Francis Bacon, escrevendo em Novum Organum: "Impressão, pólvora e bússola:
esses três mudaram todo o estado das coisas através do mundo: o primeiro na
literatura, o segundo na guerra, e o terceiro na navegação; e ainda assim receberam
inúmeras modificações, tanto que nenhum império, nenhum setor, nenhuma estrela
parece ter exercido maior poder e influência nos assuntos humanos que essas
descobertas mecânicas.”
Os principais contributos tecnológicos da China
incluem os fósforos, papel, o ferro fundido, o arado de ferro, o carro de mão,
a bússola, a besta e a pólvora.Os exércitos chineses, gregos e romanos
empregaram máquinas e invenções complexas como a artilharia que foi
desenvolvida pelos gregos por volta do século IV a.C.. Estes desenvolveram a
trirreme, a balista e a catapulta. Na Idade Média, foi desenvolvido o trabuco.
3.7. Portugal
Nos séculos XV e XVI, a engenharia naval emerge em
Portugal. Os novos tipos de navios então desenvolvidos - como a caravela, a nau
redonda e o galeão - irão ser fundamentais nos grandes descobrimentos
marítimos.
3.8. O império Romano
O império romano chegou a dominar todo o mundo
mediterrâneo por volta de 50 a.C., e para tornar as cidades conquistadas mais
confortáveis, os romanos construíram estradas, arenas de jogos, casas de banho,
esgotos, aquedutos e cisternas de água potável. Os arquitetos foram os
primeiros a se livrarem da necessidade de se apoiar grandes vãos de telhados em
fileiras de pilares, inventando o teto em forma de abóbada.
3.9. A Grécia
Os antigos gregos desenvolveram máquinas tanto no
domínio civil como no militar. A Máquina de Antikythera (o primeiro computador
mecânico conhecido) e as invenções mecânicas de Arquimedes são exemplos da
primitiva engenharia mecânica. Estas invenções requereram um conhecimento
sofisticado de engrenagens diferenciais e planetárias, dois princípios-chave na
teoria das máquinas que ajudou a projetar as embraiagens empregues na Revolução
Industrial e que ainda são amplamente utilizadas na atualidade, em diversos
campos como a robótica e a engenharia automóvel.
3.9.1. O uso da
matemática
Os gregos com seus conhecimentos de matemática,
deram grande contribuição para o progresso da humanidade e o filósofo Pitágoras
(Século VI a.C.), foi uma das primeiras pessoas a argumentar e forma dedutiva,
ou seja, aplicando argumentos puramente lógicos a princípios e axiomas. Foi na
Alexandria egípcia que viveu Euclides, o homem que sistematizou a geometria e
deu-lhe a forma que perdurou até o século XIX. Esta base matemática foi
fundamental para o desenvolvimento dos cálculos, amplamente utilizados na
engenharia.
4. IDADE MÉDIA
Durante a idade média, considerada a idade das
trevas, o conhecimento ficou restrito ao círculo da Igreja e apresentou pequenos
progressos. Neste período, as maiores contribuições foram nas áreas do
aprimoramento da tração animal. Outro avanço ocorreu na construção civil, pois
nesse período foram edificadas surpreendentes obras, que exigiram alta
habilidade tanto de engenharia quanto de escultura em pedra, vistas até hoje
nas igrejas paroquiais das ricas regiões italianas e inglesas. Ao mesmo tempo,
o artesanato ganhou notoriedade e com isso, aumentou o número de artesãos cuja
crescente importância pode ser vista no surgimento de regiões de manufatura
especializadas. As mais notórias e ricas se especializaram na fabricação de
artigos têxteis. A joalheria foi prestigiada e pela primeira vez uma união
entre os joalheiros e artesãos, que ocorreu em Florença na Itália, estabeleceu
alguns critérios de padronização.
5. INÍCIO DE NOVAS IDÉIAS
5.1. Renascimento
O período foi marcado por transformações em muitas
áreas da vida humana, que assinalam o final da Idade Média e o início da Idade
Moderna. Apesar destas transformações serem bem evidentes na cultura,
sociedade, economia, política e religião, caracterizando a transição do
feudalismo para o capitalismo e significando uma ruptura com as estruturas
medievais, o termo é mais comumente empregado para descrever seus efeitos nas
artes, na filosofia e nas ciências.
O Renascimento trouxe como uma de suas
características o humanismo. Esta corrente de pensamento e comportamento
pregava a utilização de um senso crítico mais elevado e uma maior atenção às
necessidades humanas ao contrário do teocentrismo da Idade Média, que pregava a
atenção total aos assuntos divinos e, portanto, um senso crítico menos elevado.
Este maior senso crítico exigido pelo humanismo permitiu ao homem observar mais
atentamente os fenômenos naturais em vez de renegá-los à interpretação da
Igreja Católica.
5.2. Revolução científica
Revolução científica caracteriza-se pelo período
que começou no século XV e prolongou-se até o fim do século XVI. A partir desse
período, a Ciência, que até então estava atrelada à Filosofia, separa-se desta
e passa a ser um conhecimento mais estruturado e prático. As causas principais
da revolução podem ser resumidas em: renascimento cultural, a reforma
protestante e o hermetismo.
Eventos marcantes da revolução científica, no
início do século XVI, foram a publicação das obras De revolutionibus orbium
coelestium ("Das revoluções das esferas celestes") por Nicolau
Copérnico e De Humani Corporis Fabrica ("Da Organização do Corpo
Humano") por Andreas Vesalius. A publicação do Diálogo sobre os dois principais
sistemas do mundo, por Galileu Galilei e o enunciado das Leis de Kepler
impulsionaram decisivamente a revolução científica.
Com a referida revolução, a ciência mudou sua forma
e sua função, passando a ser repensada nos moldes na nova sociedade que estava
emergindo nesta época. Os objetivos do homem da ciência e da própria ciência
acabaram sendo redirecionados para uma era livre das influências místicas da
Idade Média.
O hermetismo selou a revolução, na medida em que
representava um conjunto de idéias quase mágicas, mas que exaltavam a concepção
quantitativa do universo, encorajando o uso da matemática para relacionar
grandezas e demonstrar verdades essenciais. A difusão da matemática criou um
ambiente propício para o desenvolvimento de um método científico mais rigoroso
e crítico, o que modificou a forma de fazer ciência.
Não é necessário enumerar as consequências deste
período na história da ciência. Todos os grandes desenvolvimentos posteriores
talvez não tivessem sido possíveis sem a reestruturação científica. Como toda
revolução, esta não ocorreu de maneira isolada ou por motivos próprios, mas foi
consequência principalmente de uma nova sociedade imbuída em novas ideias.
Apartir dessas mudanças na forma de descobrir a
ciência e que surgiram pessoas como William Gilbert que é considerado o
primeiro engenheiro eletrotécnico, devido à publicação da obra De Magnete em
1600, o qual foi o criador do termo "eletricidade". A primeira
máquina a vapor foi construída em 1698 por Thomas Savery, que assim é considerado
o primeiro engenheiro mecânico moderno. O desenvolvimento deste aparelho deu
origem à Revolução Industrial nas décadas seguintes, permitindo o início da
produção em massa.
6. O ENSINO
6.1. As primeiras Escolas
6.1.1. Surgimento das
Primeiras Escolas Técnicas para ensino da Engenharia
Instituições de educação técnica surgiram em muitos
países para dar instrução avançada em engenharia. Algumas universidades
começaram a ensinar estas matérias. Os engenheiros se consideravam como tendo
uma profissão e em geral, se organizavam em associações profissionais que
cuidavam dos seus interesses. Foram os primeiros egressos de cursos superiores
a aglutinarem em associações classistas. A primeira associação formal de
profissionais egressos de Universidades que se tem notícia é o Instituto dos
Engenheiros de Londres, fundado em 1840.
6.2. Surge a idéia de ensino atual
Os construtores antigos, entretanto, mesmo tendo
realizado muitas obras difíceis e audaciosas, contavam principalmente com uma
série de regras práticas e empíricas, sem base teórica, embora tivessem
evidentemente, em muitos casos, exata noção de estabilidade, equilíbrio de
forças, centro de gravidade, etc. As obras que fizeram, muitas das quais até
hoje causam admiração, são por isso muito mais fruto do empirismo e da
intuição, do que de cálculo e de uma verdadeira engenharia, como entendemos
atualmente. Pode-se dizer que a engenharia científica só teve início quando se
começou a chegar a um consenso de que tudo aquilo que se fazia em bases
empíricas e intuitivas, era na realidade regido por leis físicas e matemáticas,
que importava descobrir e estudar. Leonardo da Vinci e Galileu, nos séculos XV
e XVII, podem ser considerados como os precursores da engenharia científica.
Leonardo fez a primeira tentativa de aplicar a estática para a determinação das
forças atuando em uma estrutura simples, ou seja, a primeira aplicação da
matemática à engenharia estrutural. Seus estudos, entretanto, nunca foram
publicados e permaneceram ignorados por séculos. Galileu publicou, em 1638, o
famoso livro As duas Novas Ciências, que trata, entre outros assuntos, da
resistência de vigas e de colunas, sendo assim o primeiro livro, em todo o
mundo, no campo da resistência dos materiais.
6.2.1.
Ensino da engenharia
Até ao século XX, na maioria dos países, o ensino
da engenharia era realizado em escolas superiores especializadas não
universitárias, uma vez que tradicionalmente o ensino das universidades se
concentrava em áreas como as humanidades, a medicina e o direito. Hoje em dia,
no entanto, além de continuar a ser realizado em escolas especiais, o ensino da
engenharia é já realizado na maioria das grandes universidades.
Na maioria dos países, os cursos que dão acesso à
profissão de engenheiro têm uma duração mínima de quatro ou cinco anos. Nos
países cujos sistemas de ensinos seguem os moldes do Processo de Bolonha, a
formação de um engenheiro implica a realização do 2º ciclo do ensino superior,
incluindo normalmente um total de cinco anos de estudos e a realização de uma
dissertação, tese ou estágio final. Nalguns destes países, a conclusão
do 1º ciclo de um curso superior de engenharia poderá dar acesso à profissão de
engenheiro técnico ou de técnico de engenharia.
É difícil determinar quais foram as mais antigas
escolas de engenharia, uma vez que o ensino de matérias que hoje fazem parte da
engenharia vem já desde a antiguidade. No entanto, segundo os padrões modernos
podem apontar-se as seguintes escolas precursoras destes ensino:
1. École Royale des Ponts et
Chaussées -
fundada em 1747 em Paris, França;
2. Bergakademie Freiberg - fundada em 1765 em Freiberga,
Saxónia;
3. Academia de Minería y Geografía
Subterránea de Almadén - fundada em 1777, em Almadén, Espanha;
4. Stavovská inženýrská škola - fundada em 1787, em Praga,
Boémia;
5. Academia Real de Fortificação,
Artilharia e Desenho - fundada em 1790 em Lisboa, Portugal;
6. Real Seminario de Minería - fundado em 1792, no México;
7. Real Academia de Artilharia,
Fortificação e Desenho - fundada em 1792, no Rio de Janeiro, Brasil;
8. École Polytechnique - fundada em 1794 em Paris,
França;
9. Kaiserlich-Königlich
Polytechnisches Institut - fundado em 1815, em Viena, Áustria;
6.2.2. Mudanças no Ensino
Até o século 17, a idéia de escola implicava
basicamente a difusão de conteúdos simbólicos distantes da produção econômica.
Tinha um sentido de conferir cultura (erudita ou enciclopédica), alfabetização
e retórica aos filhos daqueles que se destacavam na sociedade. Em essência, era
responsabilidade da escola treinar indivíduos para habilitá-los para o trato de
assuntos como leitura, escrita, cálculos, dogmas religiosos, leis civis e
filosofias.
A partir do século 17, uma nova forma de ensino
aparece, constituindo uma grande novidade no sistema educacional: o ensino técnico.
Como organização, esse novo ensino representava um modelo independente da
antiga forma de se praticar essa atividade social. E esse novo modelo começava
pela abordagem de trabalhos aplicados dentro das escolas, que consistia numa
extensão das práticas técnicas e científicas.
As novas instituições, academias e escolas técnicas
e profissionais que surgiram, e que privilegiavam um novo enfoque no processo
de formação, ajudaram a estabelecer o fim do aprendizado com finalidades mais
retóricas que práticas e o início de uma substancial alteração do antigo
processo de ensino. O ensino clássico de então era calcado ou no ciclo
produção-treinamento-produção (isso em relação às destrezas artesanais) ou nas
preocupações com as distinções sociais de classes. Mas ainda com esse novo
ensino mantém-se certo dualismo que conferia às instituições superiores as
responsabilidades de trabalhar com as necessidades do estado, e às escolas
profissionais a preocupação com a formação de classes artesanais, para
prepará-las para a produção econômica.
A École Nationale des Ponts et Chaussés, fundada em
1747, por iniciativa de Daniel Trudaine, parece ter sido o primeiro
estabelecimento de ensino, em todo o mundo, onde se ministrou um curso regular
de engenharia, e que diplomou profissionais com esse título. Da mesma época é
École Nationale Supérieure des Mines, também de Paris, que formava engenheiros
de minas. O nome de engenheiro civil teria sido usado, pela primeira vez, pelo
engenheiro inglês John Smeaton – um dos descobridores do cimento Portland – que
assim se autodenominou em fins do século XVIII. Em 1818 fundou-se em Londres o
Instituto de Engenheiros Civis, com a principal finalidade de defender e
prestigiar o significado da profissão, ainda desprezada e mal compreendida, mesmo
nos centros mais avançados do mundo.
Se tomarmos a França como referência, podemos dizer
que as primeiras escolas técnicas superiores foram a Escola de Pontes e
Estradas, implantada em 1747, e a Escola de Minas, de 1783. Embora em número de
alunos nenhuma delas fosse significativa, a novidade que ajudaram a trazer em
termos de ensino é que lhes conferiu papel de destaque no cenário educacional.
No século 17, na França e na Itália, as academias
representavam uma forma importante de organização intelectual, sendo as únicas
instituições escolares abertas às pesquisas científicas e atentas às inovações
técnicas. Elas preocupavam-se com questões teóricas e problemas concretos, ao
contrário das escolas tradicionais, normalmente voltadas para os ensinamentos enciclopédicos,
que mais serviam para o deleite dos bem posicionados socialmente. Essa nova
forma de ensino ganha força nos séculos 19 e 20.
7. HISTÓRIA DA ENGENHARIA NO BRASIL
7.1. Inicio das Atividades do Engenheiro no Brasil
No Brasil, as atividades de profissionais
especializados teve início no próprio descobrimento, ocasião em que foram
utilizados conhecimentos de engenharia naval, de astronomia, de matemática, de
cartografia, de medicina, dentre outros, para conduzir a frota de Cabral até
nossas praias. Em seguida, com o advento da descoberta de minerais como o ouro,
as atividades relacionadas com a geologia e a engenharia de minas foram
intensificadas.
Com a vinda da família imperial para o Brasil em
1808, o conhecimento foi incrementado pela existência de diversos tipos de
profissionais na comitiva. Logo em seguida foram criadas as primeiras escolas
técnicas na colônia.
Até por volta de 1900, o exercício profissional era
livre no país, mas a partir dessa data, o governo se viu pressionado a elaborar
legislações que visavam exercer controle sobre determinadas atividades
profissionais, tentando limitar o exercício ilegal de algumas profissões.
Assim, a primeira profissão a ser regulamentada foi
a de Engenheiro Agrimensor. Em 1933 regulamentou-se as profissões de Engenheiro
Agrônomo e Engenheiro Civil. Nesse ano foi também criado o Sistema
CONFEA/CREA’S. Brasil
O ensino da engenharia no Brasil tem origem em
1699, altura em que o rei D. Pedro II de Portugal ordena a criação aulas de
fortificação em vários pontos do Ultramar Português, para não estarem tão
dependentes de engenheiros vindos do Reino. Em território brasileiro, seriam
criadas destas aulas no Rio de Janeiro, em Salvador da Baía e no Recife.
No entanto, a mais antiga escola a ministrar cursos
de engenharia segundo os moldes modernos foi a Real Academia de Artilharia,
Fortificação e Desenho, fundada em 1792 no Rio de Janeiro pela rainha D. Maria
I de Portugal, segundo o modelo da academia com o mesmo nome existente em
Lisboa. Os atuais Escola Politécnica do Rio de Janeiro e Instituto Militar de
Engenharia consideram-se sucessores daquela academia, este último reivindicando
ser a mais antiga escola de engenharia das Américas.
Os profissionais de engenharia e de áreas
correlatas são regulamentados pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura
e Agronomia e fiscalizados pelos conselhos regionais.
7.2. Visão Geral
No Brasil, logo após o descobrimento não havia
engenharia como conhecemos hoje, entretanto chama a atenção a presença de obras
de taipa e de pedra. Eram obras rústicas que continham elementos que a
engenharia moderna não deve ignorar: a funcionalidade associada à estética. A
taipa de pilão possui certas semelhanças com o concreto, já que se trata de uma
estrutura armada e preenchida posteriormente. É uma técnica posterior às casas
de pau-a-pique e muito resistente. Ainda encontramos paredes de taipa em várias
construções antigas como igrejas e no Pátio do Colégio.
Após algumas décadas marcadas por obras de pequeno
porte, teve início na Bahia a fundação de cidades que implicou em obras
maiores. O ano de 1549 tem grande destaque, pois foi quando Portugal começou de
fato a colonizar o país. A fundação de Salvador foi muito importante para a
engenharia, por dar início à construção de diversas obras, muitas das quais são
preservadas até hoje. Logo após o início da colonização o fato do país não ter
um governo centralizado e ser fortemente subordinado a Portugal, refletiu
diretamente no crescimento desordenado das cidades. Não havia um planejamento
prévio e a expansão era feita conforme a necessidade. Outro fator relevante é o
tipo solo do país. Uma etapa posterior ao início da colonização foi a
construção de diversos fortes nas fronteiras para defender o território. As
cidades costeiras como Salvador e Rio de Janeiro possuem grande quantidade de
fortes, Macapá e Belém tiveram os fortes construídos para a proteção do rio
Amazonas e ao longo da fronteira terrestre, a oeste do país, várias cidades
possuem fortes construídos para a defesa contra os espanhóis.
7.3. Fatos Importantes
A engenharia como atividade básica para as
aventuras de além mar era estimulada por escolas especiais onde se vislumbra,
claramente, o propósito militar ou, ao menos, a garantia da instalação do
poder.
Em 15 de Janeiro de 1699, o Rei de Portugal D.
Pedro II sancionou uma Carta 1Régia, criando um curso de formação de soldados
técnicos no Brasil-Colônia. O objetivo era capacitar homens na arte da
construção de fortificações, a fim de promover a defesa da Colônia contra as
incursões de outras nações. No entanto já existiam de maneira informal em
diversas capitanias “aulas militares”, nomeadamente na da Bahia, na do Rio de
Janeiro, na de Pernambuco e em Belém do Pará. O Capitão Engenheiro Gregório
Gomes Henriques, nesse mesmo ano no Rio de Janeiro, ministrou a primeira Aula
de Fortificação em território brasileiro.
Outros episódios ocorridos antes de 1699 são dignos
de destaque. O primeiro refere-se ao holandês Miguel Timermans,
"engenheiro de fogo", que esteve no Brasil de 1648 a 1650, sendo
"encarregado de formar discípulos aptos para os trabalhos de
fortificações", este sendo contratado pela coroa portuguesa. O outro foi o
do Capitão Engenheiro Gregório Gomes Henriques enviado ao Brasil em 1694 para
dar aulas aos condestáveis (comandante de força ou chefe de artilheiros) e
artilheiros do Rio de Janeiro, que por sua vez deveriam repassar as lições
aprendidas aos seus subalternos encarregados das fortificações. No Decreto de
29 de dezembro de 1721, determinava que fossem engenheiros todos os oficiais de
uma das companhias de cada regimento de infantaria.
De 1710 a 1829, o Forte de São Pedro, na cidade de
Salvador, sediou a Aula de Fortificação e Artilharia, sendo o Sargento-Mor
Engenheiro José Antonio Caldas um dos professores. Enquanto isso, em 1718,
havia, no Recife, uma Aula de Fortificação em que se ensinavam as partes
essenciais de um curso de matemática em nível de engenharia.
Em 1774, a Aula de Artilharia foi acrescida da
cadeira de Arquitetura Militar, passando à denominação de Aula Militar do
Regimento de Artilharia, e é considerada como o "marco inicial da formação
de Engenheiros Militares no Brasil", com a dupla finalidade de
"preparar artilheiros e de formar oficiais para o exercício de
Engenharia". Os engenheiros aqui formados nas décadas de 1750 e de 1780,
em 1795 no Recife criaram e ministraram aulas de geometria, da qual em 1809
houve o acréscimo do estudo de Cálculo Integral, Mecânica e Hidrodinâmica,
lecionados pelo Capitão Antonio Francisco Bastos. Essa aula existiu até 1812.
A Carta Régia de 19 de agosto de 1738, foi criada,
no Rio de Janeiro, a Aula de Artilharia, ampliação da existente em 1699. O
Sargento-Mor José Fernandes Pinto Alpoim era o responsável pela mesma e, sob o
seu comando, foram construídos os Palácios dos Governadores do Rio de Janeiro,
na Praça XV, e de Minas Gerais, em Ouro Preto.
7.4. Criação da Real Academia
No final do século XVIII, a Rainha D. Maria I de
Portugal instituiu em Lisboa a Academia Real de Artilharia, Fortificação e
Desenho (1790), autorizando a implantação, na cidade do Rio de Janeiro, de uma
instituição nos mesmos moldes, a Real Academia de Artilharia, Fortificação e
Desenho (1792). Essa foi à primeira escola de engenharia das Américas e
terceira do mundo, sendo instalada na Casa do Trem de Artilharia, na Ponta do
Calabouço, onde atualmente funciona o Museu Histórico Nacional. Atualmente é
considerada como a origem do curso de Engenharia no Brasil, uma vez que não se
constituía apenas em mais uma "aula", com um pequeno número de
cadeiras, mas sim em um curso completo.
Tinha por objetivo formar oficiais das Armas e
Engenheiros para o Brasil-Colônia. Os cursos de Infantaria e de Cavalaria
tinham a duração de três anos, o da Artilharia, cinco anos. O curso de Engenharia
durava seis anos, além das disciplinas científicas como Cálculo, Química,
Astronomia, Física, Mineralogia, e outras, eram lecionadas outras de cunho
técnico como Topografia, Pontes, Caminhos e Calçadas (estradas), Hidráulica,
Canais e Portos, Diques e Comportas, Arquitetura Civil, Materiais de
Construção, e orçamento de obras, sendo estas cadeiras a maioria lecionada no
último ano.
A tumultuada chegada da família real seria seguida
de alterações profundas na vida brasileira. Para atender suas necessidades e
reconquistar um número mínimo das comodidades que haviam perdido com a fuga,
algumas iniciativas são dignas de nota. A abertura dos portos, a criação do
jardim botânico, a liberdade de industriar são apenas algumas delas. Pela
carta-de-lei de 4 dezembro de 1810 D. João VI propôs “um Curso regular de
ciências exatas de observação que, além de servir aos estudos militares,
formasse ainda hábeis oficiais da classe de engenheiros, geográficos e
topógrafos, que possam também ter útil emprego de dirigir objetos
administrativos de minas,de caminhos, portos, canais, fontes e calçadas”. Como
se vê a Escola Militar tinha, também, o propósito de formar engenheiros para
obras públicas, tal como na França a famosa Ecole dês Ponts et Chausses. Ainda
no cabeçalho daquela carta-de-lei fica explícito o que era esperado do novo
ensino; “um curso completo de ciências matemáticas, de ciências de observação,
quais a física, a química, a mineralogia, metalurgia e história natural, que
compreenderão o reino vegetal e animal”. Entre todas as mudanças que a família
real portuguesa trouxe a nossas terras, foi para os nossos propósitos, a
criação da Academia Militar pelo Príncipe-regente Dom João VI em 23 de abril de
1811, onde tinha como base a instituição Real Academia.
7.5. Única Escola de Engenharia no Brasil
Academia Real Militar (1811) mudou de nome quatro
vezes. Após a proclamação da independência do Brasil (1822), a Academia passou
a ser denominada de "Imperial Academia Militar". Durante o Período
Regencial, o seu nome mudou mais uma vez, para "Academia Militar da
Corte" (1832). Neste período registrou-se uma desestruturação do Exército,
que conheceu uma redução dos efetivos na ordem de 75%, e diversas revoltas, por
todo o território nacional. O ensino militar, porém, não conheceu alteração
sensível, mas tão somente uma racionalização: o curso foi reduzido de oito para
sete anos e o aluno que os completava recebia o grau de bacharel em Matemática.
Em 1840, passou a denominar-se Escola Militar, e a partir de 1858, "Escola
Central". Ali se formavam não apenas Oficiais do Exército, mas,
principalmente engenheiros, militares ou civis, pois a Escola Central era a
nossa única escola de Engenharia existente no Brasil.
Em 1874, a Escola Central desligou-se das
finalidades militares, indo para a jurisdição da antiga Secretaria do Império,
sendo então criada a "Escola Politécnica", passando a formar
exclusivamente engenheiros civis. A formação de engenheiros militares, bem como
a de oficiais em geral, passou a ser realizada na Escola Militar da Praia
Vermelha (1874 a 1904). Nesse último ano, a Escola foi transferida para o
Realengo, onde eram formados os oficiais de Engenharia e de Artilharia. Os
oficias de Infantaria e de Cavalaria eram preparados em Porto Alegre.
7.6. Influência Estrangeira
Sob influência alemã, o Exército Brasileiro
suspendeu a formação de engenheiros militares. Previa-se a realização de cursos
técnicos de Artilharia e de Engenharia realizados no estrangeiro. Numa segunda
etapa, seria implantada uma escola militar tendo por instrutores os oficiais
brasileiros formados no exterior.
A Missão Militar Francesa, iniciada na década de
1920, inspirou a criação da Escola de Engenharia Militar. O Decreto nº 5632, de
31 de dezembro de 1928, estabeleceu sua missão no sentido de formar
engenheiros, artilheiros, eletrotécnicos, químicos e de fortificação e
construção. A Escola de Engenharia Militar começou a funcionar em 1930,
ocupando as instalações da Rua Barão de Mesquita, no quartel posteriormente
ocupado pelo Batalhão de Polícia do Exército.
Em 1933, mudou sua denominação para Escola Técnica
do Exército. Em 1934, a Escola Técnica do Exército instalou-se na Rua Moncorvo
Filho, no centro do Rio de Janeiro, e, em 1942, no atual prédio da Praia
Vermelha.
Já sob a influência norte-americana, foi criado o
Instituto Militar de Tecnologia (1949). Iniciavam-se, então, programas de
estudo, pesquisa e controle de materiais para a indústria.
7.7. Centro de Excelência
Antevendo as futuras necessidades do país no setor
nuclear, a Escola Técnica do Exército iniciou, em 1958, um Curso de
Pós-Graduação em Engenharia Nuclear.
Da fusão da Escola Técnica do Exército com o
Instituto Militar de Tecnologia, em 1959, nasceu o atual Instituto Militar de
Engenharia (IME).
O Instituto destaca-se por ter formado inúmeras
gerações de engenheiros, civis e militares, que muito contribuíram para o
desenvolvimento nacional, não só no desempenho exclusivo da atividade
profissional, mas também na qualidade de professores ou mesmo de fundadores de
instituições de ensino espalhadas pelo imenso Brasil.
O domínio das mais variadas tecnologias tornou-se
fator determinante no desenvolvimento e soberania das nações. Por isso, as
atividades de ensino e de pesquisa desenvolvidas pelo IME são estratégicas e
vitais para um país vocacionado a ser uma potência mundial. Reconhecido como um
centro de excelência no ensino da engenharia, o IME possui um indelegável
compromisso de formar recursos humanos altamente qualificados para atender as
necessidades nacionais.
Para conduzir essa árdua tarefa, o IME conta com um
Corpo Docente do mais alto nível, composto por professores, mestres e doutores
de reconhecida reputação acadêmica, muitos deles pós-graduados em instituições
estrangeiras.
Devido ao seu potencial, muitas vezes o Instituto é
chamado a participar de estudos e de pesquisas nas esferas governamental e
privada, visando o desenvolvimento dos mais variados projetos.
7.8. Admissão de civis e de mulheres
A partir de 1964, o IME passou a admitir civis que,
ao final do curso, conquistavam a condição oficial da reserva. Em outubro de
1995, o Sr. Ministro do Exército baixou diretriz com a finalidade de
reestruturar a carreira do oficial do Quadro de Engenheiros Militares (QEM),
trazendo em seu bojo modificações importantes.
Atualmente, o IME forma oficiais engenheiros
militares da ativa e da reserva, sendo que a graduação em engenharia tem a
duração de 5 anos e a formação militar tem a duração de 5 anos para os optantes
pela carreira e de 1 ano para os optantes pela reserva. Além disso, o Instituto
também admite engenheiros (as) formados (as) em instituições civis. Após um
curso de 1 ano, esses profissionais ingressam no QEM.
O ano de 1997 marcou o início da participação
feminina, para concludentes do segundo grau e para engenheiras formadas. O
acesso aos cursos oferecidos pelo IME é realizado em absoluta igualdade de
condições com os homens.
A opção pelo serviço ativo permite que o formando
siga a carreira militar até atingir o posto de General-de- Divisão. Os
formandos, que optam pela reserva, podem, ao final do curso, realizar um
estágio de até seis anos como Oficiais da Reserva convocados. Após esse
período, os mesmos retornam ao mercado de trabalho, com uma importante bagagem
profissional.
Dessa forma, o Exército contribui na criação de
reais oportunidades de trabalho para um mercado cada vez mais exigente e
qualificado.
8. O controle da profissão
Em muitos países, o exercício da profissão de
engenheiro obriga, para além da habilitação com um curso superior de
engenharia, a uma licença ou certificação profissional atribuída pelo estado,
por uma associação profissional, ordem ou instituição de engenheiros ou por um
outro tipo de órgão de regulamentação profissional. Conforme o país, aos
profissionais devidamente certificados ou licenciados está reservado o uso
exclusivo do título profissional de "engenheiro". Normalmente, a lei
restringe a prática de determinados atos de engenharia aos profissionais
certificados e habilitados para tal, ainda que a prática dos restantes não
esteja sujeita a essa restrição. Até por volta de 1900, o exercício
profissional era livre no Brasil, mas a partir dessa data, o governo se viu pressionado
a elaborar legislações que visavam exercer controle sobre determinadas
atividades profissionais, tentando limitar o exercício ilegal de algumas
profissões.
Assim,
a primeira profissão a ser regulamentada foi a de Engenheiro Agrimensor. Em
1933 regulamentaram-se as profissões de Engenheiro Agrônomo e Engenheiro Civil.
Nesse ano foi também criado o Sistema CONFEA/CREA’S.
8.1. CONFEA
O CONFEA surgiu oficialmente com esse nome em 11 de
dezembro de 1933, por meio do Decreto nº 23.569, promulgado pelo então
presidente da República, Getúlio Vargas e considerado marco na história da
regulamentação profissional e técnica no Brasil.
Em sua concepção atual, o Conselho Federal de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia é regido pela Lei 5.194 de 1966, e
representa também os geógrafos, geólogos, meteorologistas, tecnólogos dessas
modalidades, técnicos industriais e agrícolas e suas especializações, num total
de centenas de títulos profissionais.
O CONFEA zela pelos interesses sociais e humanos de
toda a sociedade e, com base nisso, regulamenta e fiscaliza o exercício
profissional dos que atuam nas áreas que representa, tendo ainda como
referência o respeito ao cidadão e à natureza.
Em seus cadastros, o Sistema CONFEA/CREA tem
registrado 900 mil profissionais que respondem por cerca de 70% do PIB
brasileiro, e movimentam um mercado de trabalho cada vez mais acirrado e
exigente nas especializações e conhecimentos da tecnologia, alimentada
intensamente pelas descobertas técnicas e científicas do homem.
O Conselho Federal é a instância máxima à qual um
profissional pode recorrer no que se refere ao regulamento do exercício
profissional.
8.2 CREA
O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia do Estado do Rio Grande do Sul – CREA-RS é entidade autárquica de fiscalização
do exercício e das atividades profissionais dotada de personalidade jurídica de
direito público, constituindo serviço público federal, vinculada ao Conselho
Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA, com sede e foro na
cidade de Porto Alegre e jurisdição no Estado do Rio Grande do Sul, instituída
pela Resolução nº 2, de 23 de abril de 1934, na forma estabelecida pelo Decreto
Federal nº 23.569, de 11de dezembro de 1993, e mantida pela Lei n° 5.194, de 24
de dezembro de 1966, para exercer papel institucional de primeira e segunda
instâncias no âmbito de sua jurisdição.
É o órgão de fiscalização, controle, orientação e
aprimoramento do exercício e das atividades profissionais da Engenharia, da
Arquitetura, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia, em seus
níveis médio e superior, no território de sua jurisdição. (artigos 1º e 2º do
Regimento)
Os Conselhos Profissionais não recebem nenhum tipo
de subsídio do Governo, e assim como todos os outros CREAs distribuídos pelo Brasil,
o CREA-RS é vinculado ao Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia – CONFEA, que é a instância superior de regulamentação das profissões
abrangidas. Cabe ao CONFEA garantir a unidade de ação e a normatização de todos
os CREAs, exercendo funções de supervisão financeira e administrativa sobre
eles, formando-se assim, o Sistema CONFEA/CREAs.
Ciente da importância do papel que desempenha na
sociedade gaúcha, o Conselho atinge, atualmente, mais de 65 mil registros de
profissionais e mais de 15 mil empresas. São profissionais e empresas das áreas
da Engenharia Civil; Geografia; Agrimensura; Engenharia Elétrica e Eletrônica,
Eletrotécnica; Engenharia Industrial, Mecânica, Têxtil, Química, Naval,
Aeronáutica e Metalúrgica; Arquitetura; Agronomia; Meteorologia; Geologia;
Engenharia de Minas; Engenharia Florestal e Engenharia Química. E, também, os
Tecnólogos e os Técnicos de Nível Médio da área tecnológica.
São 43 Inspetorias atuando no Estado, além de seis
postos de atendimento e 17 representações municipais.
Fiscalizando o exercício profissional, o CREA-RS
oferece, acima de tudo, proteção: tanto ao garantir o mercado de trabalho para
aquele que é legalmente habilitado, como ao assegurar ao cidadão que os
serviços, por ele contratados, possuam um responsável técnico. É neste espaço
que atua a fiscalização da Instituição, que percorre quilômetros por este
Estado verificando empresas públicas e privadas, obras e reformas, receituários
agrícolas e os mais diversos serviços técnicos, exigindo de seus executores a
Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), documento que forma o acervo de
cada profissional e garante à sociedade a certeza de que aquele, que executa o
serviço, está legalizado.
8.3. Métodos
Tradicionalmente, a engenharia lidava apenas com
objetos concretos e palpáveis. Modernamente, porém, esse cenário mudou. A
engenharia lida agora também com entidades não-palpáveis, tais como custos,
aplicações informáticas e sistemas.
Na engenharia, os conhecimentos científicos,
técnicos e empíricos são aplicados para exploração dos recursos naturais e para
a concepção, construção e operação de utilidades.
8.4. Resolução de problemas
Os engenheiros aplicam as ciências físicas e
matemáticas na busca por soluções adequadas para problemas ou no aperfeiçoamento
de soluções já existentes. Mais do que nunca, aos engenheiros é agora exigido o
conhecimento das ciências relevantes para os seus projetos, o que resulta que
eles tenham que realizar uma constante aprendizagem de novas matérias ao longo
de todas as suas carreiras.
Se existirem opções múltiplas, os engenheiros pesam
as diferentes escolhas de projeto com base nos seus méritos e escolhem a
solução que melhor corresponda aos requisitos. A tarefa única e crucial do
engenheiro é identificar, compreender e interpretar os constrangimentos de um
projeto, de modo a produzir o resultado esperado. Normalmente, não basta
construir um produto tecnicamente bem sucedido, sendo também necessário que ele
responda a outros requisitos adicionais.
Os constrangimentos podem incluir as limitações em
termos físicos, criativos, técnicos ou de recursos disponíveis, a flexibilidade
para permitir modificações e adições futuras, além de fatores como os custos, a
segurança, a atratividade comercial, a funcionalidade e a suportabilidade.
Através da compreensão dos constrangimentos, os engenheiros obtêm as
especificações para os limites dentro dos quais um objeto ou sistema viável
pode ser produzido e operado.
Tipicamente, os engenheiros irão tentar prever o
quão bem os seus projetos se irão comportar em relação às suas especificações,
antes de ser iniciada a produção em larga escala. Para isso, irão empregar,
entre outros: protótipos, maquetes, simulações, testes destrutivos, testes não
destrutivos e testes de esforços. Testar assegura que o produto irá
comportar-se de acordo com o esperado.
Como profissionais, os engenheiros levam a sério a
sua responsabilidade em produzir projetos que se comportem conforme o esperado
e que não causem males não intencionados ao grande público. Tipicamente, os
engenheiros incluem uma margem de segurança nos seus projetos para reduzir o
risco de falha inesperada. contudo, quanto maior a sua margem de segurança,
menos eficiente se poderá tornar o projeto.
A engenharia também se ocupa do estado dos produtos
falhados. A sua aplicação é muito importante a seguir a desastres como o
colapso de pontes ou a queda de aviões, onde uma análise cuidadosa é necessária
para descobrir as causas das falhas ocorridas. Este estudo poderá ajudar o
projetista a avaliar o seu projeto com base em condições reais ocorridas no
passado com projetos semelhantes.
8.5. O uso do computador
Tal como nas restantes atividades científicas e
tecnológicas, os computadores e os programa informáticos desempenham um papel
cada vez mais importante na engenharia. Existem inúmeras aplicações assistidas
por computador específicas para a engenharia. Os computadores podem ser usados
para gerarem modelos de processos físicos fundamentais, que podem ser
resolvidos através de métodos numéricos.
Umas das ferramentas mais utilizadas pelos
engenheiros são as aplicações de desenho assistido por computador (CAD), que
lhes permitem criar desenhos e esquemas em 2D e modelos em 3D. As aplicações
CAD, juntamente com as aplicações de maquete digital (DMU) e de engenharia
assistida por computador (CAE) - incluindo as de análise de elementos finitos e
de elementos analíticos - permitem criar modelos de projetos que podem ser
analisados sem a necessidade da construção de protótipos dispendiosos em termos
de custo e de tempo.
Estas aplicações permitem que os produtos e
componentes sejam verificados para detecção de falhas, avaliados em termos de
montagem e ajustamento e estudados em termos de ergonomia. Também permitem a
análise das caraterísticas dinâmicas dos sistemas como as tensões,
temperaturas, emissões eletromagnéticas, correntes elétricas, voltagens, vazão
e cinemática. O acesso e a distribuição de toda esta informação é geralmente
organizado através do uso de aplicações de gestão de dados do produto (PDM).
Existem também uma série de ferramentas para
suporte de tarefas específicas de engenharia, como as aplicações de fabricação
assistida por computador (CAM) que geram instruções para as máquinas de
controlo numérico computorizado (CNC), as de gestão de processos de fabrico
(MPM) para a engenharia de produção, as de desenho de eletrónica assistido por
computador (ECAD ou EDA) para desenho de esquemas de circuitos elétricos e de
circuitos impressos para a engenharia eletrónica, as de manutenção, reparação e
operações para a gestão da manutenção e as de arquitetura, engenharia e
construção (AEC) para a engenharia civil.
Recentemente, o uso do computador no auxílio ao
desenvolvimento de utilidades passou a ser coletivamente conhecido como gestão
do ciclo de vida do produto.
8.6. Ramos da engenharia
A engenharia, é uma ciência bastante abrangente que
é muitas vezes subdividida em diferentes ramos ou especialidades. Cada uma
destas especialidades preocupa-se com um determinado tipo de tecnologia ou com
um determinado campo de aplicação. Apesar de inicialmente um engenheiro se
formar normalmente numa especialidade específica, ao longo da sua carreira na
maioria dos casos, irá tornar-se polivalente, penetrando com o seu trabalho em
diferentes áreas da engenharia.
Historicamente, existiam a engenharia militar e a
engenharia naval. A partir da engenharia militar começou por desenvolver-se o
ramo da engenharia civil. Posteriormente, a engenharia civil (em sentido lato)
subdividiu-se em cinco especialidades tradicionais:
·
Engenharia
civil (em sentido restrito) - vocacionada para o projeto e construção de obras
públicas e particulares, como infraestruturas, estradas, pontes e edifícios;
·
Engenharia
mecânica - vocacionada para o projeto de sistemas mecânicos, como máquinas e
veículos;
·
Engenharia
elétrica - vocacionada para o projeto e o estudo de sistemas de produção e de
aplicação da eletricidade, como geradores, motores elétricos e
telecomunicações;
·
Engenharia
química - vocacionada para a execução de processos químicos industriais em
larga escala, bem como para desenvolver novos materiais e produtos químicos;
·
Engenharia
de minas - vocacionada para o estudo e o desenvolvimento de processos de
extração e de processamento de minerais.
Paralelamente, algumas das
ciências agrárias aproximaram-se da engenharia e acabaram por nela se integrar,
originando especialidades como:
·
Engenharia
agronómica - vocacionada para a concepção e exploração de processos
agropecuários;
·
Engenharia
florestal - vocacionada para a exploração das florestas e para a produção de
produtos florestais;
·
Engenharia
zootécnica - vocacionada para o desenvolvimento das pecuária.
Com o surgimento das engenharias relacionadas com a
agricultura, surge a dicotomia entre estas e a engenharia industrial que agrupa
as especialidades tradicionais da engenharia civil, mecânica, elétrica, química
e de minas. A engenharia industrial irá contudo deixar de ser um agrupamento de
especialidades e tornar-se ela própria numa especialidade da engenharia,
vocacionada para o aperfeiçoamento de processos e da gestão industrial através
da integração dos fatores tecnológicos, humanos e económicos.
Posteriormente, com o rápido avanço da tecnologia,
foram-se desenvolvendo e ganhando proeminência diversos novos campos da
engenharia, como o dos materiais, produção, aeronáutica, computação,
informática, eletromecânica, mecatrónica, robótica, nanotecnologia, nuclear,
molecular, ambiente, alimentar e muitos outros. Alguns dos novos campos da
engenharia resultam da subdivisão de especialidades tradicionais ou, pelo
contrário, da combinação de diferentes especialidades.
O prestígio da engenharia fez com que áreas fora
dela também a ela se quisessem associar. Surgiram assim campos exteriores ao
que convencionalmente é considerado engenharia, mas também referidos como tal,
sendo alguns exemplos a "engenharia jurídica", a "engenharia
financeira" ou a "engenharia comercial".
Quando uma nova área da engenharia emerge,
normalmente é inicialmente definida como uma sub-especialidade ou como uma
derivação de especialidades já existentes. Frequentemente, existe um período de
transição entre o aparecimento do novo campo e o crescimento do mesmo até ter
uma dimensão ou proeminência suficientes para poder ser classificado como nova
especialidade da engenharia. Um indicador chave para essa emergência é o número
de cursos criados nessa especialidade nas principais instituições de ensino
superior.
Existe uma considerável sobreposição de matérias
comuns a todas as especialidades da engenharia. Quase todas elas, por exemplo,
fazem grande aplicação da matemática, da física e da química.
9. RELAÇÃO COM OUTRAS CIÊNCIAS E ARTES
9.1. Ciências
Existe uma sobreposição entre a prática da ciência
e a da engenharia. Na engenharia aplica-se a ciência. Ambas as atividades
baseiam-se na observação atenta dos materiais e dos fenómenos. Ambas usam a
matemática e critérios de classificação para analisarem e comunicarem as
observações.
Espera-se que os cientistas interpretem as suas observações
e façam recomendações versadas para ações práticas baseadas nessas
interpretações. Os cientistas podem também desempenhar tarefas totalmente de
engenharia como a do desenho de aparelhos experimentais ou a da construção de
protótipos. Reciprocamente, no processo de desenvolvimento de tecnologia, os
engenheiros ocasionalmente apanham-se a explorar novos fenómenos,
transformando-se assim, momentaneamente, em cientistas.
No entanto, a pesquisa em engenharia tem um caráter
diferente da pesquisa científica. Em primeiro lugar, frequentemente lida com
áreas em que a física e a química básicas são bem conhecidas, mas os problemas
em si são demasiado complexos para serem resolvidos de uma forma exata.
Exemplos, são o uso de aproximações numéricas nas equações de Navier-Stokes
para a descrição do fluxo aerodinâmico sobre uma aeronave ou o uso da regra de
Miner para cálculo dos danos provocados pela fadiga do material. Em segundo
lugar, a pesquisa em engenharia emprega muitos métodos semi-empíricos que são estranhos
à pesquisa científica pura, sendo um exemplo o do método da variação de
parâmetros.
Essencialmente, pode dizer-se que os cientistas
tentam entender a natureza enquanto que os engenheiros tentam fazer coisas que
não existem na natureza.
9.2. Medicina e biologia
O estudo do corpo humano, em algumas das suas
formas e propósitos, constitui uma importante ligação entre a medicina e alguns
campos da engenharia. A medicina tem como objetivo sustentar, aumentar e até
substituir funções do corpo humano, se necessário, através do uso da
tecnologia.
A moderna medicina pode substituir várias funções
do corpo através do uso de próteses e órgãos artificiais e pode alterar
significativamente várias dessas funções através de dispositivos como implantes
cerebrais e marca-passos. A biónica é um campo específico que se dedica ao
estudo dos implantes sintéticos em sistemas naturais.
Reciprocamente, alguns campos da engenharia olham
para o corpo humano como uma máquina biológica que merece ser estudada e
dedicam-se a melhorar muitas das suas funções através da substituição da
biologia pela tecnologia. Isto levou a campos como a inteligência artificial,
as redes neurais, a lógica difusa e a robótica. Existem também interações
substanciais entre a engenharia e a medicina.
Ambos os campos fornecem soluções para problemas do
mundo real. Isto, frequentemente, requer avançar mesmo antes de um fenómeno ser
completamente compreendido em termos científicos o que faz com que a
experimentação e o conhecimento empírico sejam uma parte integral tanto da
medicina como da engenharia.
A medicina ocupa-se do estudo do funcionamento do
corpo humano o qual, como uma máquina biológica, tem muitas funções que podem
ser modeladas através do uso de métodos da engenharia. O coração, por exemplo,
funciona como uma bomba hidráulica, o esqueleto funciona como uma estrutura e o
cérebro produz sinais elétricos. Estas semelhanças, bem como a crescente
importância da aplicação dos princípios da engenharia è medicinal levou ao
desenvolvimento da engenharia biomédica, que usa conceitos de ambas.
Novos ramos emergentes da ciência, como a biologia
de sistemas, vêm adaptando ferramentas analíticas tradicionalmente usadas na
engenharia, como a modelação de sistemas e a análise computacional, para a
descrição de sistemas biológicos.
9.3. Artes
A moderna engenharia deriva em parte do que,
antigamente, eram consideradas as artes mecânicas. Ainda se mantêm muitas
ligações entre as modernas artes e a engenharia, que são diretas em alguns
campos como os da arquitetura, da arquitetura paisagística e do design
industrial, ao ponto destas disciplinas serem parte integrantes dos currículos
de alguns cursos superiores de engenharia.
De entre as figuras históricas famosas, Leonardo da
Vinci é um bem conhecido artista e engenheiro do Renascimento, constituindo um
exemplo da ligação entre as artes e a engenharia.
9.4. Outros campos
A ciência política, pegou no termo
"engenharia" e empregou-o no âmbito do estudo de vários assuntos como
a engenharia social e a engenharia política, que lidam com a formação das
estrutura política e social usando uma metodologia da engenharia associada aos
principios da ciência política.
BIBLIOGRAFIA
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MACEDO, Francisco Riopardense de. Historiadas
Profissões da Área Tecnológica no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: CREA/RS,
1993
TELLES, Pedro Carlos da Silva. História da
Engenharia no Brasil: (séculos XVI a XIX). Rio de Janeiro: LTC, 1984. 510 p.
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Vale; LINSINGEN, Irlan Von. Educação Tecnológica enfoques para o ensino da
engenharia. Editora da UFSC. 2º edição revisada e ampliada 2008.
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2 - http://www.crea-rs.org.br/crea/conheca-crea.php?id_cms_menu=3.
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5 - http://www.politecnicos.org.br/site/?Canal=28&Tag=Eventos%20e%20
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ADfica. Acessado em 6 de Setembro de 2011;
8 - http://alexronald.wordpress.com/2007/06/30/para-conhecimento-historia-da-engenharia/.
Acessado em 18 de Setembro de 2011;
9 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto_Militar_de_Engenharia.
Acessado em 19 de Setembro de 2011;
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