BLOG CIÊNCIAS EXATAS CONTEMPORÂNEAS, DE AUTORIA DE ÁLAZE GABRIEL.
DISPONÍVEL EM http://cienciasexatascontemporaneas.blogspot.com.br/
Autoria:
Angélica Schossler,
Maria Madalena Dullius - Centro Universitário UNIVATES
RESUMO
Este trabalho
visa apresentar de maneira geral, a pesquisa Metodologias para o ensino de
Ciências Exatas, que vem sendo desenvolvida no Centro Universitário UNIVATES,
em Lajeado/RS e tem como principal objetivo, fomentar e explorar diferentes
metodologias que possam auxiliar no processo ensino - aprendizagem de Ciências
Exatas. A pesquisa é subdividida em três áreas de estudo: Tecnologias no
Ensino, Modelagem Matemática e Trabalhos Interdisciplinares. Cada uma delas é
estudada separadamente e visa proporcionar aos estudantes condições que
favoreçam a uma aprendizagem mais significativa. Relataremos algumas das
atividades que vêm sendo desenvolvidas por esses grupos, bem como algumas das
dificuldades encontradas nas pesquisas, no que tange à utilização dessas
metodologias em sala de aula.
INTRODUÇÃO
Estudos apontam
que a metodologia dominante no contexto do ensino de Ciências Exatas é a aula
expositiva, mas os recursos hoje disponíveis permitem ir além, as necessidades
indicam para outras possibilidades. Neste sentido pretendemos com a pesquisa “Metodologias
para o ensino de Ciências Exatas”, desenvolvida no Centro Universitário UNIVATES,
fomentar e explorar diferentes metodologias que possam auxiliar no processo de ensino
de Ciências Exatas, analisando as dificuldades e potencialidades de
implementação das mesmas.
A opção de
investigar estas metodologias surgiu de uma problemática que já nos sensibiliza
há bastante tempo: as dificuldades de aprendizagem que transparecem nos alunos
e o desinteresse dos mesmos em relação às aulas. Notamos a insatisfação dos
alunos quando não percebem a importância do conteúdo abordado,
aumentando a cada ano os questionamentos do tipo: por que fazer contas enormes
se existem máquinas que podem fazer isto por nós? Por que ”decorar” tantas
fórmulas, se o dia que precisar posso buscar em livros ou na internet? Por que
preciso saber tudo isto?
Com o intuito
de amenizar esta situação, a presente pesquisa investiga diferentes metodologias
passíveis de serem utilizadas no ensino de Ciências Exatas. O grupo foi subdividido
em três, tendo cada um deles, um dos seguintes focos: Tecnologias no Ensino, Modelagem
Matemática e Trabalhos Interdisciplinares.
METODOLOGIA
Em cada um dos
subgrupos são realizados estudos teóricos e, a partir destes, planejadas ações
para que os professores possam tomar conhecimento e utilizar essas metodologias
em suas aulas. No que se refere à Modelagem Matemática, a pesquisa está em fase
de estudos teóricos, onde são estudados autores como Skovsmose (2007), e Biembengut
(2000).
Em relação às
Tecnologias no Ensino, além de estudos teóricos a partir de D’Ambrósio (1998),
está sendo desenvolvida a proposta de elaborar e distribuir guias de atividades
de Matemática, para professores da região do Vale do Taquari, que podem ser trabalhadas
com diversos softwares. Pretende-se que os professores utilizem esse material como
apoio para elaborar aulas diversificadas com o uso desta tecnologia, e ao final
do período letivo, verificaremos a relevância do mesmo, através de entrevistas
com os participantes.
Já em
Interdisciplinaridade, os estudos teóricos são feitos principalmente a partir
de Vygostsky (2004). Além disso, foi realizado um curso de formação continuada,
onde professores de várias áreas se reuniram para discutir e desenvolver aulas
com atividades interdisciplinares, a partir de um tema gerador.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nos estudos
que se referem à Modelagem Matemática, de acordo com Biembengut (2000): o
ambiente de Modelagem Matemática, “pode ser considerado um processo artístico, visto
que, para se elaborar um modelo, além de conhecimento de matemática, o
modelador, precisa ter uma dose significativa de intuição e criatividade para
interpretar o contexto, saber discernir que conteúdo matemático melhor se
adapta e também ter senso lúdico para jogar com as variáveis envolvidas.” Isso,
para muitos professores é visto como uma dificuldade, pois é preciso estar
sempre criando e se atualizando para estar preparado para desenvolver esse tipo
de atividade.
Fazendo uso da tecnologia como
uma metodologia de ensino, pode-se estimular que o aluno se torne mais
criativo, saiba tomar iniciativas e resolver problemas. Nesse paradigma educacional
o computador poderá auxiliar quando utilizado num contexto de tarefas significativas.
Como pontua D’Ambrósio (1998), a relação educacional passará de professor-aluno
para professor-aluno-computador.
No grupo de
Trabalhos Interdisciplinares ressaltamos que, segundo Vygostsky (2004), a
constituição do ser humano se dá através das interações que ocorrem ao longo de
sua vida, e são estas interações que produzem os sentidos e significados que
formam sua consciência, ou seja, tudo o que caracteriza o ser humano específico
e individual.
Pelos relatos
dos professores das escolas, envolvidos no curso de formação continuada, uma
das maiores dificuldades de elaborar atividades interdisciplinares é conseguir
trabalhar em grupo para discutir as ideias, socializar as experiências e planejar
as atividades das aulas. Isso ocorre por diversos motivos, dentre eles, a falta
de tempo, o desinteresse, o despreparo e até algumas divergências entre os
professores.
CONCLUSÃO
O uso de
diferentes metodologias pode auxiliar no processo de aprendizagem, pois faz com
que os alunos se interessem e se tornem mais ativos nas aulas. Nesse contexto,
a pesquisa oportuniza aos professores, subsídios que visam estimulá-los a fazer
uso dessas diferentes metodologias de ensino para melhorar suas aulas e motivar
seus alunos. Constatamos que as principais dificuldades encontradas para o
desenvolvimento de aulas com base em diferentes metodologias são o comodismo, a
falta de tempo, o despreparo e a desmotivação do professor frente ao desafio de
modificar suas aulas.
REFERÊNCIAS
BIEMBENGUT,
M., S.; HEIN, N. Modelagem Matemática no
ensino. São Paulo: Contexto. 2000.
D’ AMBRÓSIO,
U. Educação Matemática: da teoria à
prática. Campinas: Papirus. 1996.
SKOVSMOSE, O. Educação crítica: incerteza,
matemática, responsabilidade. São Paulo:Cortez. 2007.
VYGOSTKY, L.
S. Psicologia Pedagógica. São Paulo:
Martins Fontes. 2004.